QUE BOM TER VOCÊ AQUI

Quem escreve, raramente escreve somente para si próprio.
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Que bom ter você aqui....

quinta-feira, 23 de julho de 2009

SAUDADES DE VINICIUS

Ele vinha de mansinho, passo lento, olhar atento.
Puxava o banquinho, o balde com gelinho e ali, ficava.
Olhava, observava, declamava, cantava.
E bebia.
Bebia com a autoridade de quem sabia o que estava fazendo.
Aos poucos, vivendo.
Cantar, declamar, falar, sempre sobre a mulher amada.
Aquela, que foi a única enquanto durou.
Depois, aquela outra que também durou.

Sempre foi infinito, enquanto durou.
Ele sabia mexer com palavras e sentimentos.
Ao mesmo tempo.
Ele declamava poesias como quem fala para com o mundo.
E sempre ia fundo, bem fundo.
Como ele disse: “quem já passou por esta vida e não viveu,

pode ser mais, mas sabe menos do que eu”.
É isso.
Viver era o segredo.
No Rio, em São Paulo, Roma, Milão, Salvador,
fosse onde fosse, a vida era obrigatoriamente vivida.
Seus versos ficaram, marcaram, embalaram centenas de amores,
que também foram eternos enquanto duraram.
Vinicius de Moraes: o poeta, o diplomata, o autor, o compositor,

o cantor, o embaixador. O homem.
Igual, não mais.
Parecido, pouco menos.
E hoje, o que temos nos serve para saber que ele foi o melhor.
Ao lado de Toquinho, de Tom, de Jobim, cantando com Miúcha,

com Maria Creuza, com tantas pessoas que jamais esquecerão aquele
momento.
Um momento que hoje é de lamento, pois ele não está mais aqui.
Os jovens de hoje deveriam imitá-lo, mas como?
Dificilmente você ouve algo dele nas rádios do Brasil.
Só quem gosta é que cultiva.
E com ele, aprende-se.

Ao menos a amar e tornar infinito, enquanto dura.

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