QUE BOM TER VOCÊ AQUI

Quem escreve, raramente escreve somente para si próprio.
Assim, espero que você leia, goste, curta, comente, opine.
E tem de tudo: de receitas a lamentos; de músicas à frases: de textos longos a objetivos.
Que bom ter você aqui....

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

31 de dezembro

Curitiba, meio dia de 31 de dezembro de 2010.
Em cada quadra, a paz tão esperada.
Em cada casa, um cheirinho de pernil que vem lá de dentro, temperadinho conforme a receita da mãe. Ou da Sadia. Ou da Perdigão.
Em cada pernil, o depósito de uma ceia tranquila, feliz, em paz e cercada de pessoas da família, amigos, gente que a gente gosta.
Nas ruas, pessoas vão e vem com sacolas e sacolinhas de supermercados, cheias de produtos para a ceia, incluindo Sidras, Champagnes, cervejas, muitas.
Promoções de supermercados dão certo. Ainda mais no último dia do ano.
Nas mesas, talheres mais limpos, guardanapos previamente dobrados, flores no centro da mesa, copos que brilham como se fossem cristais.
No telefone, a confirmação deste ou daquele, o casal amigo do vizinho do compadre, a mãe da moça que vem junto, enfim, acabam chegando pessoas nunca vistas, mas sempre bem vindas.
Preparativos para um reveillón cheio de emoções, um final de ano que foi bom para a grande maioria das pessoas de bem.
Um graças a Deus dito em coro, por moradores de cidades que esperaram muito pela noite de hoje.
Uma beliscada no pernil antes da ceia, a cereja que foi comida com esperteza, a farofa que está pronta para acompanhar o prato principal, bem ao lado do prato de lentilha, que não pode faltar.
Tudo pronto.
Até nosso Lula não deixou o criminoso italiano voltar para a Itália. Está aberta a temporada de exílio de criminosos estrangeiros que queiram vir para o Brasil. De fato, nunca se viu na história deste país, um homem tão descontrolado e tão fora do esquadro da normalidade. Ainda bem que está de saída. Vá de retro.....
Contagem regressiva pela Globo, espumantes, frisantes, bebidantes prontos para estourarem pontualmente à meia-noite.
Feliz ano.
Feliz festa.
Assim se faz a felicidade de todos.
Com muito ou com pouco, mas com alegria e paz.
Em 2011, ABRA SUAS ASAS,
SOLTE SUAS FERAS
CAIA NA GANDAIA
ENTRE NESSA FESTA!!!!
Merecemos.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

BALANÇO

E 2010 já está fazendo a curva do rio. Aquela que é a última antes da chegada, ou do final. Neste caso, me parece mais a curva do final.
E com ele, balanços e retrospectivas invadem nossas mentes e memórias.
Marquei, não fui.
Agendei, cumpri.
Disse que ia, mas mudei de ideia.
Provei, não gostei.
Mas também provei e achei bom demais. Daí fiz.
Cozinhei e encantei. Mas também decepcionei. Coisas da cozinha.
Dormi, despertei.
Cochilei, acordei.
Pra frente segui. Sempre.
Me incomodei, deixei de lado.
Gente ruim, evitei.
Gente boa, adicionei, convivi, falei, adotei.
Viver com quem se gosta, grande remédio, grande receita.
Viver mais em silêncio, outra grande receita. Ouvir mais do que falar.
Saudades das filhas, vez por outra fugiram pra cá, vez por outra eu fui lá.
Ainda não até Maceió, mas já cheguei em SP.
Compreensão, papos, saudades que se matam no skype, ao vivo em breves períodos, em emails.
Dois casamentos, dois momentos que vivi com duas filhas que criei.
Se não conseguimos o tudo, fizemos de tudo.
Foram duas cerimônias lindíssimas, emocionantes, sinceras.
Ganhei dois genros.
Trabalhei, aprendi, renovei, reciclei, conheci mais gente.
Gente interessante, gente confusa, gente de tudo o que é tipo.
Mantive a postura de ficar mais em casa e menos na rua.
Foi bom.
É bom.
Vale a pena.
Lá se vai 2010.
E com ele, a certeza de ter cumprido um ano impecável, à risca do bom comportamento e da companhia diária somente de quem gosto.
Isto é muito bom.
Vive-se mais e melhor.
Daqui, meu abraço a leitores, amigos, seguidores, ex-alunos mas sempre amigos, enfim, quem tem paciência de ler tudo isto aqui.
Daqui, um feliz 2011 pra todos.
E não esqueçam:
O QUE SE LEVA DESTA VIDA, É A VIDA QUE SE LEVA.
Fui!!!!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

MAIS UM NATAL

Mais um natal.
Bem diferente daquele com o Autorama da Estrela ao lado do pinheirinho e muito mais diferente daquele natal com o cinturão do Roy Rogers e duas pistolas com espoletas, novinhas em folha.
Um natal mais calmo, acompanhado de paz nos momentos do dia e uma noite cercada de silêncio, não mais de amargura.
Mais um natal.
Um natal sem desavenças, sem atropelos, sem mágoas ou lágrimas.
Simplesmente, um natal de paz.
Família, amigos, alguns presentes para não se passar em branco e uma comida diferente do dia a dia para alegrar a ceia do dia 24.
Um natal sem "vou-não-vou" ou coisa que o valha.
Um natal com músicas belíssimas da Ouro Verde Fm que nos trazem a certeza de que a beleza em notas musicais deve ser acompanhada de vozes privilegiadas.
Mais um natal.
Com ausências de entes queridos que se foram, mas com a certeza de que eles ainda permanecem vivos em nossas memórias e corações.
Com ausências de pessoas que se afastaram, mas cada qual tem seus motivos.
Mais um natal.
Este, diferente na condução de conversar, emissão de emails e de mensagens.
Quem a gente gosta, a gente cuida e envia mensagem, por mais simples que seja.
Não terei grandes presentes - e nem os quero -, pois o principal veio durante o ano de 2010: a tão sonhada paz.
E como é bom viver em paz e com paz.
Trabalha-se, dorme-se, curte-se, tudo de maneira diferente.
Ao lado da família, falando com filhas por email ou por telefone, curtindo mais a casa nova, ouvindo músicas com o ouvido mais apurado, reencontrando pessoas de bem e queridas, enfim, um 2010 recheado de emoções e de soluções.
Viraram-se algumas páginas em um ano.
Isto é bom.
Agenda nova em cima da mesa, calendário novo ao lado da torre do computador, porta-retratos novos com fotos de momentos lindos e marcantes.

O quadro com frases da MPB ficando pronto para a churrasqueira, programação de final de ano sendo montada, tudo nos trilhos.
Mais um natal.
Um natal onde desejo para amigos e companheiros de muitas, saúde, paz, alegria e tranquilidade.
Façam como eu: comprem uma caixa de calma na farmácia e tomem um comprimido por dia.
Sem dúvida, os próximos natais serão diferentes.
Aí, você descobre que a vida pode ser mais bela do que ela parece que é.
Felicidades a todos.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

QUANDO EU ERA CRIANÇA....

Quando eu era criança, me diziam que tinha um bicho no fim do corredor escuro. E eu achava que tinha e não ia até o final dele.
Quando eu era criança, a onda do mar levava a gente embora e papai e mamãe chorariam o resto da vida. e o mar era assustador e lindo, ao mesmo tempo.
Quando eu era criança, os mais velhos eram chamados de senhor e senhora, obrigatoriamente. E me parece que eles eram mais velhos do que somos hoje, claro.

Quando eu era criança, o dever de casa era uma obrigação para se tornar alguém na vida e as missas de domingo eram obrigatórias para se fazer o resumo e entregar na segunda-feira, na primeira aula, de religião.
Quando eu era criança, antes de se jogar um pedaço de pão para o lixo, era necessário dar um beijo. E ao encontrar uma freira, éramos obrigados a dizer "louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo".
Quando eu era criança, a Slopper ficava na esquina da Muricy com a XV, em cima da Tecelagem Imperial e a Joalheria Kopp ficava ao lado da Confeitaria Cometa, na Rua XV de Novembro.
A loja Madison era chamada "Casa da Borracha", o Hotel Belmar, de Guaratuba, era onde hoje é a Prefeitura, a água se buscava na bica assim que se chegava na praia, o Bar do Nelson ficava na praia central e era uma festa.
Quando eu era criança, dormir cedo era lei, além de saudável. E refeições fazia-se com o olhar atento e sério da mãe, xerifa do amor direto.
Quando eu era criança, odiava as palmilhas Dr Scholl, usadas com as botas para tratar do pé chato, pesadas e horríveis, mas era para o crescimento mais ordenado. Dr. Ito era o pediatra e Dr. Hugo de Camargo era o chefe do Hospital São Lucas. E o uniforme do Medianeira era uma camisa azul marinho com a calça da Curitex, jeans normal para a época, mas não igual à calça Lee, vendida na boutique do Lucilo, do Edifício Moreira Garcez, onde também era o Inter.
Quando eu era criança, aos domingos colocávamos a melhor roupa e íamos na casa de parentes para almoçar ou passar a tarde, para brincar de polícia e ladrão, fazer bagunça organizada e provocar leves sustos para nossos pais. Isto quando não íamos no Cine Vitória, assistir a sedssão da tarde de domingo.
Quando eu era criança dei a primeira audição de piano em um chá para senhoras em uma casa perto do Palácio Iguaçu, mas não lembro mais onde era. Minha professora chamava-se Sarita e era um encanto de pessoa.E tinha aulas de piano com a Professora Lídia, na Rua Barão do Serro Azul e depois na escola de Belas Artes.
Quando eu era criança, nota baixa era castigo e nota alta era prêmio. Assim ganhei um Autorama, mas estudei feito um louco para não pegar nenhuma final. Bem diferente de quando era adolescente.
Quando eu era criança, Guaratuba era um local de veraneio, ainda com ruas de pó e asfalto somente na principal. Faltava luz à noite e ligações telefônicas eram solicitadas quatro horas antes. Fosse para Curitiba ou para onde fosse. Pescar era uma atividade saudável, sem cervejas ou companhias femininas.
Quando eu era criança, parece que a vida seguia com mais lentidão, um ano demorava mais que um ano para passar, as férias de julho eram compridas, o natal não chegava nunca e fevereiro era o mês do carnaval.
Quando eu era criança, soldados da P.E. andando nas ruas "eram para nos dar mais segurança" e eu nem sonhava que eram servidores da revolução da ditadura. E estudantes de Filosofia, Direito e outros cursos, eram revolucionários, porque não concordavam com os militares e começava a dissidência. E fiquei na fila da Biblioteca Pública quase três horas "para dar ouro para o Brasil".
Quando eu era criança, políticos eram respeitados e aguardados com cerimônias em locais públicos ou residências de terceiros. Era uma atividade séria, parlamentar e em benefício do povo, ao menos naqueles tempos.
Quando eu era criança, o caderno do fiado existia no comércio e era honrado mensalmente, como uma lei não escrita, mas obedecida. E as atividades comerciais não apresentavam a concorrência que hoje vemos por aí.
Quando eu era criança, a vida era diferente, o mundo era diferente, tudo era normal e gostoso de se ir descobrindo.

Hoje, abro a janela e encaro meus 54 anos com serenidade, utilizando momentos de ontem como base para uma vida mais correta e com atitudes diárias que moldem o caráter, o meu e dos que vivem comigo.
Hoje, sei que naquela época, a ingenuidade tomava conta de nossas vidas e nem de longe a gente imaginava que existia amor, que era bom de ser curtido, de ser vivido, de ser sentido.
Quando eu era criança eu era feliz, assim como hoje, mas a felicidade era nua e crua, sincera e natural. Hoje é natural, claro, mas deve ser medida a passos lentos, para que terceiros não te atrapalhem e você não atrapalhe ninguém.
Boa vivência. Boa experiência.
Completamente diferente da criança de hoje que existe dentro de mim, mas que continua sapeca e alegre, feliz e contente, criativa e curiosa.
Mesmo adulto, meu lado criança me diz que existem horas que somente sendo infantil, mesmo.
E com isto, segue-se vivendo.
E aprendendo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

ACORDO

Quando é que você imaginou que num 06 de dezembro, as meninas estariam nas ruas de bota e casaco de lã, em Curitiba?
Quando é que você imaginou que, no mesmo 06 de dezembro, as piscinas de clubes estariam vazias e a molecada estaria nos shoppings?
Quando você imaginou, por fim, que este merda de clima teria esta reviravolta tão grande?
Anos atrás, dezembro era calor, chamávamos de verão, a gente sorria, andava, se refrescava, comia a banana split do Formiga, tomava chopp com prazer, chegava a dormir de janela aberta e ventilador ligado.
Sem falar nos bares lotados e nas calçadas cheias de gente sorrindo.
Anos atrás, a ciência não mexia tanto na natureza, o homem sabia que aquilo era intocável, satélites não alteravam o clima no mundo e a gente era mais feliz.
Hoje, nem sabemos se teremos verão, nem sabemos se a Europa não sumirá com a neve, nem sabemos se São Paulo resistirá às chuvas.
Algo estranho no ar, além do clima de merda que convivemos ultimamente.
Vestir roupa de lã em dezembro, agasalhar crianças no final da tarde, ver gente encorujada no final do dia, alguma coisa me diz que tem gente com o dedo nisto.
Mas, fato é que o mau humor domina, o sol se mandou mesmo e quando aparece, timidamente, fica um dia, no máximo, dois.
Vamos rezar e fazer um acordo com Deus para que o clima se altere e melhore.
Ele volta com o verão e a gente devolve a Dilma pra ele.
Que tal?
Nada mal para quem aguarda um solzinho.