QUE BOM TER VOCÊ AQUI

Quem escreve, raramente escreve somente para si próprio.
Assim, espero que você leia, goste, curta, comente, opine.
E tem de tudo: de receitas a lamentos; de músicas à frases: de textos longos a objetivos.
Que bom ter você aqui....

segunda-feira, 27 de julho de 2009

NO SUPERMERCADO

Sexta-feira. Cinco da tarde. Saio da reunião onde eu estava e
vou para o supermercado. Alegre, tranqüilo, feliz em fazer
compras para mais um final de semana chuvoso.
Listinha no bolso, estacionamento meio cheio, encontro a

vaga dos deuses e paro.
Carrinho na mão, passos lentos olhando prateleiras e pessoas, caminho tranquilamente em busca de artigos que satisfazem

a todos, principalmente a mim, pois as compras eram a minha necessidade.
No corredor de artigos para limpeza, um carrinho com produtos

de limpeza e somente produtos de limpeza. Como sempre observo, chama a atenção e olho para a mulher que coloca mais coisas
dentro do carrinho. Uma mulher elegante, de seus 40 anos,
que coloca tudo de seis em seis. Será que é dona de hotel?
Não, me parece mais freqüentadora de hotel.
Será que faz compras para os filhos junto? Pode.
Muitas mães compram e levam coisas para os filhos ou filhas.
Alinhada em seu terninho preto, a mulher continua a colocar

coisas no carrinho, tudo de meia dúzia. Não resisto e sorrio.
Ela responde ao sorriso. Comento que é compra para uma pensão.
Ela sorri e diz que não, é compra para ela. Só que como antigamente ela não podia comprar de quantidade, agora ela se vinga. O ex marido não deixava comprar em quantidade. Apenas o necessário.
Continuo minha caminhada pelo supermercado. Apanho algumas coisas, confiro a lista, o celular toca, mais lembretes da compra e sigo.
No corredor dos molhos e enlatados, um senhor coloca mais

de 15 Pomarola no carrinho. Também chama a atenção,
eu olho e ele diz, antecipando-se ao comentário: é para meu restaurantezinho. Hoje é dia de talharim ao sugo. E como está barato, leva-se mais.
Repararam como as pessoas conversam nos supermercados? Comentam preços, comentam produtos, se justificam, mesmo

quando não questionadas. Sou assim também. Ao apanhar
cervejas e colocar no carrinho, uma senhora me olha com
ar de censura e eu digo que é muita sede. Não tomo água
porque faz muito mal à saúde.
A senhora fica me olhando como quem se pergunta: onde faz mal?
No balcão de carnes, encontro o que procurava e coloco no carrinho. Um senhor na fila do açougue me olha e comenta sobre o

preço da carne, um absurdo, vamos deixar de comer logo, logo.
Digo para ele que é verdade, mas quando se tem uma
vontadezinha, melhor realizá-la.
Sigo. No congelados, algumas caixinhas de Nuggets Crocante,

para aperitivos imprevistos e molho rosè acompanhando.
Uma caixa de hamburger bovino tracidional, para um eventual
chesse salada que apareça pela madrugada. E sigo.
Após fazer minhas compras, ainda encontro a mulher elegante do terninho e com o carrinho quase sem poder rodar, de tanta coisa e tudo de meia em meia dúzia. Ela sorri, diz que agora sim, estava

tudo ali. Fico pensando no que ela havia dito e analiso:
que seja feliz, mesmo com exagero, mas quando se pode,
se pode e quando se quer, se quer. Só de Limpol tinha 12 frascos.
Na fila do caixa, já enorme e cheia de gente com carrinhos carregados, observo um senhor atrás de mim.

Devia ter seus 50 anos, jovial, olhava para todos os lados,
pois todas as pessoas olhavam para o carrinho dele.
Ali, arrumados um a um, estavam mais de 50 pacotes de
Sempre Livre, dos mais variados tipos.
Ele me olhou, sorriu e eu, para matar a curiosidade, disse que era para a farmácia dele. Ele sorriu, disse que não, mas sim para as 6 filhas e a mulher. Quem tem sete mulheres em casa, sabe o que é isso.A casa das sete mulheres. Eu comentei que ele deveria ser

sócio da Johnson e Johnson.Ele riu e ficamos analisando os
outros carrinhos.
No caixa ao lado, uma senhora empurrava o carrinho cheio, com uma criança no banquinho de metal, toda rebosteada de chocolate, com a cara parecendo mais uma maquiagem.Coisas de criança....
Em outro caixa, uma mulher falava ao celular dizendo que já

havia comprado tudo o que estava na lista que era para ele se tranqüilizar.
Olhando o carrinho dela, a lista era pequena, e a maioria dos produtos era diet, light, essas coisas. Ela, pelo visto, iniciava um regiminho ou alguém estava de dieta.Ou era para um diabético.
Ao chegar minha vez, passei, paguei e fui para o carro, ainda observando as pessoas no supermercado.
Além de gostar de ir fazer minhas compras ou acompanhar

quem faz compras, gosto de observar pessoas e seus jeitos,
suas manias, seus olhares para produtos e comparativos de preços.
Caras feias para carnes e frangos, caras boas para ofertas,

assim é a rotina do supermercado.
De vez em quando gente bonita, mulheres ainda bem arrumadas

ou de agasalhos de ginástica, tênis e rabos de cavalo.
Sempre, na fila de idosos, gente simpática e querida que

merece a distinção.
No geral, um centro de compras diferenciado, pois se encontra

de tudo. Até executiva de terninho comprando em quantidade.
Vale uma crônica especial sobre o povo do supermercado.
Assim como eu, o objetivo é fazer compras e não ficar vendo e ser visto.
Mas é inevitável.

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