Momentos que são vividos durante uma vida,
mesmo que pequenos, servem para abrir um sorriso
no rosto ou trancar a lágrima do olho esquerdo.
Aqui, melhor recordar momentos do sorriso, pois estes
são os mais significativos para quem quer continuar
vivo e tendo mais destes momentos no dia a dia.
Lá estávamos meu compadre Marco Bassetti e eu em
pleno Rio de Janeiro, quando aquilo prestava e valia a
pena, pelos idos de 1975.
De férias, em pleno mês de julho, na casa da Tia Mirtes,
a santa tia que abrigava cada vez uma dupla, pois os
sobrinhos eram muitos, além dos filhos.
Vai pra lá, vai pra cá, conhece isto, conhece aquilo, pega praia,
calor gostoso em pleno julho, vai ao Maracanã ver Vasco e
Botafogo, com o Cláudio Karam junto, o que tornou o jogo inesquecível, tamanha a quantidade de tapas que ele dava
na cabeça de todos os que estavam unidos.
Final do dia, liga Renato Volpi, amigo de velha data,
companheiro nosso dos tempos de Colégio Medianeira.
Nos comunica que apenas um poderia ir com ele e um
amigo lá do Rio jantar com algumas amigas do cara.
Marco desanimou, não quis ir, eu estava meio de saco cheio,
também não queria, mas o Volpi insistiu e resolvi ir.
Ainda perguntei para o compadre se ele não queria ir mesmo.
Ele disse que não. Então, fui eu. e com a jaqueta dele. Fazia frio à noite.
Encontrei Renatinho e o amigo, embarcamos no carro do
amigo e fomos para o Leblon, na Rua Aperana. Em lá chegando, subimos para conhecer as meninas, na casa dos pais de uma delas. Muito prazer, coisa e tal, tal e coisa, dona Talita, a mãe,
disse que tomássemos cuidado pelas ruas, pois a noite do
Rio era calma, mas ao mesmo tempo perigosa.
Então, conheci Luciana, filha de Talita e Egídio,
casal maravilhoso e simpáticos desde o início.
Fomos em dois carros, sendo que o amigo do Renatinho
foi no dele com a Bia, eu e Renatinho fomos no carro de
Luciana, na época, um lindo Fiat azul marinho.
Dirigimo-nos para um bar no Leblon, chamado Helsinguer,
com comida típica dinamarquesa e bebidas especiais, sendo
uma dela, chamada aquavit. Cuidado com ela.
Não vou lembrar hoje o nome da rua, mas o astral era genial.
Arrumamos uma mesa para seis pessoas, fomos muito bem
atendidos e começamos a bebericar e a pedir sanduíches
de salmão com broa preta. Uma delícia, diga-se.
Lá pelas tantas, papo animado e eu impressionado com a
beleza de Luciana, olhos azuis, cabelo castanho claro, uma simpatia. Mas tudo era papo e tudo ela alegria.
Esqueço o nome da terceira menina, mas compreende-se
que depois de tantos anos, algum nome seria esquecido,
sem demérito para a menina.
Saímos do restaurante somente Luciana e eu para que eu
comprasse cigarros, pois no Helsinguer não vendiam.
Caminhamos uma quadra, passamos por uma pracinha em
meio a um quarteirão, um local muito legal, com uma fonte
no meio da pracinha, dentro do Leblon.
Ali sentamos, Luciana e eu, ficamos de mãos dadas, olhando o casario em volta, o astral do lugar, o silêncio cúmplice das
onze da noite.
Fumei um cigarro, ela também e decidimos voltar para o bar.
No caminho, ela me diz que gostaria de me ver no dia seguinte,
bater um papo, andar a pé, conhecer o baixo Leblon também de dia.
Concordei, gostei, achei muito interessante.
Na porta do restaurante, um abraço querido e um beijo meio sem compromisso certificavam o encontro do dia seguinte.
Foi assim que conheci Luciana, grande pessoa, querida e uma
garota-mulher inesquecível.
Durante cinco anos mantivemos uma excelente amizade,
trocávamos cartas via correio, ela me chamava de N, nem
Costa e nem Tino, mas sim N.
Conhecia minha mãe pelo telefone e sempre que eu podia,
ia vê-la no Rio, sempre em julho ou setembro, ou quando sim,
nos dois meses.
Um belo dia, anos depois, pelos idos de 1982, chega em minha casa um casal e pede para falar comigo. Disse para entrar e qual
não foi o espanto ao ver Luciana e Paulinho, casados, felizes, contentes.
Passaram comigo e com Bethy três dias felizes, assistimos os jogos daquela Copa do Mundo nervosa e ela partiu em lua de mel.
Amizades verdadeiras oriundas de um namorico que jamais se perderam pelos anos seguintes.
Saudades de Luciana.
E meu compadre Marquinho, que não foi ao encontro,
até hoje comenta que era ele que deveria ter conhecido a Lu e
não eu. Mas quem mandou ficar com preguiça?
É ou não é, compadre??!!
Pois é compadre, são tantas histórias mas na verdade vou vou te confessar hoje...foi solidariedade a um agrande amigo, inclusive com a minha jaqueta.
ResponderExcluirUm grande beijo e parabéns pelo blog!