Despertar é bem melhor que acordar.
Mas despertar assim, não é tão bom.
Uma leve moleza domina o corpo.
A cabeça não dói, mas está com algo fora do lugar.
A barriga, maior do que ontem à noite.
Os olhos, avermelhados.
Sintomas tradicionais de um pilequinho suave até de madrugada.
Piano e meia luz.
Cenas de macarronada ao molho quatro queijos aparecem em flash.
O sono foi calmo, tranquilo.
A vizinha do andar inferior deve ter ouvido o ronco.
A vontade é de engolir a Coca-Cola com garrafa e tudo. E bem gelada.
Ao abrir a janela, o susto da claridade atesta que algo está errado mesmo.
O café tem gosto de cianeto.
A bolacha não desce.
Suspende tudo.
Como era mesmo meu nome?
O sofá da sala parece mais um convite para jogar o corpo.
As coisas começam a se encaixar.
Estou vivo.
Prometo que hoje, nada de álcool.
Festa todos os dias? Para quem tem fígado importado de Taiwan.
Vou mandar buscar um.
Pra quê tomar o Oceano Índico?
Alegria.
Comemoração.
Paz.
Sempre digo que bebida é questão de astral.
E como o meu anda elevado, animado, meio palhaço até, dê-lhe uísque.
Descobri que nesta idade não se tem mais ressaca. Fica-se doente mesmo.
E logo mais, tem mais.
Mas amanhã é domingo.
Dia de água mineral.
Dentro do uísque, claro e com gelo.
Não adianta.
Se bebida é questão de astral, preciso mudar o meu.
Não.
Melhor assim.
Nada que um chá de boldo não ajude.
Vamos a ele.
Lembrei meu nome.
Estou vivo.
Graças a Deus.
Até o próximo pilequinho.
Semana que vem, com certeza.
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