QUE BOM TER VOCÊ AQUI

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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

E AMANHECEU....DE NOVO

Lá onde o mar encosta com o azul do céu, um raio tímido apareceu.
Era o sol, que começava a dar suas caras, num dia que prometia forte calor.
Na areia, ele só observava aquele espetáculo maravilhoso, visto

em filmes e postais, em emails e imagens do google.
Mas aquele momento era especial. Ele estava ali, vendo,
presenciando, testemunhando o nascimento do sol, junto com
a partida da noite.
Lá atrás, a noite se despedia para dar lugar ao dia, que chegava

de mansinho, calmamente, entrecortado pelo som da baleeira do
pescador que já ia pra lida.
Som, nenhum.
Apenas o barulho do motor que se afastava e o som do vento suave

que chegava até a areia da praia.
Ele, sentado na mureta da antiga calçada, somente observava.
A cabeça não girava, pois o momento era especial.
Um vídeo tape em slow motion passava em sua cabeça, rememorando

cenas, palavras, imagens, atos, ações, enfim, tudo o que ele havia vivido naquela praia.
Uma praia de tantas histórias.
Das mais simples às mais belas.
Das mais complicadas às mais estranhas.
Não valia a pena relembrar todas.
Apenas algumas, que mesmo doídas, eram boas.
Singelas.
Marcantes.
E se naquela mureta, tempos atrás, ele viveu um lindo momento,

agora vivia outro.
O de poder estar ali sem dor alguma, sem tristeza, sem ressentimentos.
Imagens foram deletadas, assim como sentimentos.
Cenas foram apagadas, assim como promessas.
Atos foram esquecidos, assim como suspiros.
A vida seguia seu ritmo e ele seguia com ela.
Na mureta, o sol já dava sinais de que seria brabo e forte.
Era hora de caminhar.
Preparar um café, um suco, algo que fosse para tirar o gosto da

madrugada da boca.
Do corpo, somente depois de umas horas de sono.
O sono que não vinha.
Mas que viria.
E andando para casa, ele continuou a olhar para trás, mas só

para ver o sol, seu tamanho e sua força.
Seu significado e sua presença.
Já em casa, o café desceu muito bem, a broa preta entrou como

um prêmio e o suco fez bem ao espírito.
No sofá, deixou que o ventinho da praia entrasse na sala e o

embalasse a dormir, ao menos um pouco.
Sem som, sem nada, apenas com o barulho da praia deserta em

mais um amanhecer.
Só que este, sem entristecer.
Assim era melhor.
E seria, pra sempre.

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