A sala arrumada, a mesa posta, os coquetéis preparados,
vaso de flores na mesinha de centro, iluminação pronta, tudo em cima
para receber os amigos que viriam pela primeira vez em sua casa.
Ela estava eufórica. Amigos novos, gente nova, tudo novo.
Foram chegando, abraços, beijos, sorrisos, elogios para a decoração, comentários.
Petiscos, bebidinhas, circulam pela casa até que uma amiga, daquelas
bem enxeridas, levanta o tapete da sala de estar, onde estava o sofá e a poltrona e não crê no que vê.Tudo varrido ali para baixo.
De miolo de pão a guardanapo usado com batom e ranho de nariz.
A amiga, desconcertada, ficou admirada ao mesmo tempo em que via
a postura da anfitriã e tudo aquilo embaixo do tapete da sala.
Chocada, deu sinal para o namorado, levantou-se e partiu, mas antes
comentou com mais duas amigas, que saíram em seguida.
A anfitriã, assustada, disse que ainda era cedo, que ela estava feliz com a presença deles, e coisa e tal.
Quando todos saíram, ela recostou-se no sofá e bebeu vagarosamente
a dose de vodka, que estava virando um hábito.
Com o corpo mole, foi para o quarto, deitou com roupa e tudo e dormiu.
No dia seguinte, amigos comentaram por emails o que viram e ficaram
muito chocados, pois não era aquela imagem que a anfitriã vendia.
Esta história, contada dia destes por amigo contador de causos e casos,
retrata, segundo ele, como podem ser algumas mulheres.
Você conhece, gosta, vive um tempo e um belo dia, levanta o tapete da vida dela.
Aí, vê coisas que os olhos não crêem, o coração não sente como real, mas que são verdadeiras.
Ai da mulher que procura ser uma coisa que nunca foi. Ou aparentar.
Tapetes existem em muitas casas.
O que vale, é a mulher que cuida da casa.
Quando cuida.
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