E depois da longa caminhada, o ser humano chegou na encruzilhada.
A tal da encruzilhada que jamais chegaria e que agora, alí na frente,
exige uma posição.
E isto é o pior: tomar uma posição.
Melhor deixar para amanhã, melhor não pensar nisso, melhor
deixar a vida correr.
Mas existe a preocupação com a opinião dos outros, o que os outros
irão dizer, o que os outros irão pensar e assim por diante.
Em meio a tudo isto, uma posição pessoal e exclusiva não permite
que viva como quer, que faça o que der na telha, que até peque
um pouquinho, que saia do sério vez por outra, que faça massagens
pela noite para amigos, que se doe em função de um momento,
que volte a ser criança novamente.
Que esqueça das preocupações, ao menos por um tempo, que esqueça
do que passou e se arrependeu, que esqueça do amor de ontem, aquela
ilusão de adolescente, que tudo seria uma cabana com sentimentos e sorrisos.
Mas dentro do ser humano existem dois lados, sempre.
Um chama para o desligamento, para o pecar um pouco, para o relaxar
e voltar a ser um pouco criança.
Outro chama para a responsabilidade, a vida, as coisas sérias que
prendem a existência na terra.
Filhos, por exemplo.
Mesmo os filhos que não dão valor e nem bola, os filhos que agradam
na hora dos pedidos e abandonam na hora do martírio.
Os filhos, pseuda razão de existência do ser humano que agora quer
ser feliz, quer agir, quer viver, quer mentir - um pouco - e mesmo assim continuar a ser cristã.
À noite se solta, de dia se devota.
Complicado para quem ainda não sabe o que quer.
Mas vai saber.
Logo, logo.
A encruzilhada não permanece por muito tempo.
A decisão tem que ser tomada.
Ou assume de vez a vida solta que quer ter, ou adota a posição do
"de vez em quando", não esquecendo de tudo o que prende a razão da vida: os descendentes.
Difícil para o ser humano agir quando chega neste ponto.
Tem que ter firmeza, força, coragem e seriedade.
De nada adiantará se oferecer à noite e orar de dia.
Não é assim que a coisa funciona.
Ou se assume e vai ou se corrige e continua indo.
Difícil.
Mas a encruzilhada não fica para sempre.
Amanhã, com respiração bem profunda, o ser humano decide.
E aí, foi-se.
Se soubéssemos o que aconteceria na posição assumida, talvez
fosse mais fácil.
Se soubéssemos os males e os benefícios da atitude assumida,
seria mais fácil ainda.
Mas não sabemos.
Daí o eterno desafio.
Usar a razão, a emoção ou simplesmente o tesão?
Ser feliz é mais do que isso.
Ser feliz é ser uma somatória de coisas.
E o ser humano vai descobrir, mais cedo ou mais tarde que a felicidade está
dentro de cada um.
Cabe a você escolher.
E somente a você.
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