Hoje cedo, ainda quando o dia não havia se definido se
seria bom ou feio, fui a um compromisso muito importante,
mais na qualidade de consultor do cliente e autor das peças
gráficas elaboradas para tal compromisso, do que colaborador
da inauguração da nova Capela do Hopistal Erasto Gaertner.
A Associação de Decoração Ponto de Apoio, para quem presto consultoria de comunicação, fez a entrega oficial da nova
Capela, projeto inovador criado pelo Jayme Bernardo,
talentoso arquiteto e ex presidente da Associação.
Em lá chegando, a incansável Elisabete, secretária da entidade,
já havia preparado quase tudo, faltando apenas detalhes de
última hora para ver quem faria o discurso, quem faria o quê.
Tudo pronto, inicia-se a celebração de um culto ecumênico
para a entrega da Capela.
Fala o padre, fala o pastor e fala o rabino. Todos, em comum,
a crença e a fé manifestadas no poder da cura, da oração, do encontro com Deus, seja ele do credo que for.
Eu ali, em pé, prestando atenção e observando a reação das
pessoas, que acompanhavam as falas, a música de fundo brilhantemente tocada pela pianista do Coral da Rede Feminina
do Hospital.
E fiquei a pensar: existem vários tipos de câncer, infelizmente. Alguns, detectados, têm cura. Outros, um prolongamento da vida para que a esperança se manifeste e o paciente não sofra muito.
Mas em todos os tipos, existe um ponto em comum: a fé, a esperança, a renovação do contato com Deus, a troca de
confidências com Ele, que permitem a amigos, parentes,
doentes e pacientes, uma melhora no estado de espírito,
que auxilia o conforto.
Aprendi, sozinho, que se encontra Deus em duas situações: no amor e na dor.
Na dor, encontrei-O e Ele me auxiliou a sair do pedaço que vem depois do fundo do poço. Ele e uma mão amiga, uma pessoa
a quem serei eternamente grato, mesmo que distante.
No amor, encontrei-O e brigamos, mas isto é assunto de ordem particular.
Voltando à fé manifestada na manhã de hoje, ao mesmo tempo
em que oramos, deveríamos manifestar nosso repúdio ao pouco
que se faz para auxiliar pessoas portadoras de câncer, que são muitas, mas muito mais do que você imagina.O Erasto faz demais
e consegue resultados positivos. Mas só ele? E nós?
Como disse a letra da música de hoje cedo,
“se você acha que fez muito, faça um pouco mais.”
E quando vemos centenas de milhões sendo gastos em outros assuntos não tão certos assim, como armamentos, guerras e conquista do espaço, ficamos coçando a cabeça e perguntando
o que será que está sendo feito para tentar achar a cura do câncer, sua origem, como ele nasce, como ele pode ser morto, enfim, como eliminar este sofrimento da vida de milhares de pessoas?
Só o conforto não basta.
Só a oração não salva.
Pesquisas, investimentos, cuidados, avaliações, enfim,
não sei o que pode ser feito, mas me parece que ainda
existe muita coisa para ser feita.
A Capela ficou linda, perfeita, correta.
Ali, orações serão feitas e pedidos dirigidos ao Criador.
Ele atenderá, na medida do possível.
Mas como dizem os árabes, MAKTUB – está escrito.
Não conforta, mas serve de início para mais pensamentos.
Ao voltar da solenidade, vi que meus problemas são nada perante
o que se apresenta naquele hospital e nas dezenas de rostos com olhares perdidos ao longe.
Vi que minha dor, seja qual for, é nada se comparada ao que
existe ali no corredor, na realidade que afeta o doente e os seus.
Vi que, mesmo preparados, médicos sentem e sofrem ao tratar
de crianças, de adultos, de pessoas atingidas por este mal.
Apesar do abatimento, resolvi colocar uma pedra em cima do
que eu achava que seriam meus problemas e viver de uma forma diferente.
Primeiro, agradecendo a Deus, mesmo que separado dele, a vida
que ele me dá.
Segundo, orando pelos que precisam – e não são só os doentes -, mas muita gente.
Terceiro, me conscientizando que a vida que tenho, é uma benção dos céus e um esforço de minha parte.
Por último, repetindo, diariamente, o que a música diz:
“SE VOCÊ ACHA QUE JÁ FEZ MUITO, FAÇA UM POUCO MAIS!”
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