Por onde ando, sempre tem um relógio.
Seja onde for, lá está ele, marcando horas, minutos, segundos, preciosos tic-tacs que me lembram há quanto tempo estou longe de pessoas que me são importantes.
Este da foto, é do Mercado Municipal de Curitiba. Antigo, importado, bonito.
Como todos, ele gira, roda, marca o compasso que não volta, não admite retorno, segue em frente, badala.
Como tantos, ele nos faz lembrar que chegamos atrasados em algum momento, que nos antecipamos em outros, que faltamos, também.
Como tantos, ele nos lembra do amor que se foi sem hora marcada, do amor que chegou sem hora determinada, da pessoa que não tinha horas para nos ver, pois sempre nos via.
Como tantos, ele nos alerta para o detalhe que a vida segue.
E com ele, caímos na realidade de que a o tempo urge, corre, se movimenta.
E com isso, ele, o tempo, quer que nós também nos movimentemos, sempre.
O problema é saber que ele não pára, mas nós, por vários motivos, às vezes paramos.
E deixe ele que corra, que rode, que badale, que toque, que se movimente.
Deixe ele que marque, que lembre, que chame a atenção.
A função dele é esta.
Prefiro a ampulheta, que também marca, mas não lembra.
E esta, temos que virar para marcar o tempo.
Quando der vontade, a gente vira.
Quando der sentido, a gente vira.
Quando for possível, a gente vira.
Horas, minutos, segundos.
É nisto que a vida da gente se prende?
Ainda acho que não.
Se bem que você me deixou às duas da tarde.
Pontualmente.
E tinha um relógio bem à minha frente.
Aquele que você me deu.
Ele marcou as horas e continuou rodando.
E eu junto.
Rodando....rodando....rodando.
(foto de Leandro Elias).
Estou com uma música na cabeça há dias,que começa assim:
ResponderExcluir"Fecho os olhos pra não ver passar o tempo,sinto falta de vc..."
Coincidência?
Abraço,
Guido