Ele estava a caminho de casa quando o celular tocou. Atendeu e viu que
era companheiro de trabalho, intimando-o a comparecer a um jantar.
Ele nega, reluta, alega cansaço e viagem no dia seguinte. O companheiro
insiste, diz que é obrigado porque o cliente vai junto. Ele concorda.
Se arruma, se agasalha e vai.
Jantar enorme, mais de 200 pessoas. O cliente que não achasse estranho,
mas em meio a tanta gente, ele não faria falta.
Mas lá estava, em uma mesa redonda com 10 lugares.
Sentam-se as pessoas à medida em que chegam.
Ele, conversando com duas amigas, nota que chega uma coordenadora
ds trabalhos acompanhada de uma moça. Moça mais para mulher formada.
Apresentam-se, conversam, a coordenadora apresenta a moça.
Muito prazer, diz ele. Da mesma forma, diz ela.
O jantar é servido, conversações são mantidas, gente em cima de gente.
E vez por outra, um olhar dirigido à moça, que guardava algo diferente
do olhar ao interior, mesmo com aquele vestido preto e aquele cabelo longo
castanho-claro.
Conversas, sorrisos, gargalhadas. Cerveja para combater o frio, papo com o
tal do cliente, chega a hora de ir embora.
De carona, volta para casa, não sem antes se despedir de todos, incluindo a
moça de preto. Advogada, segundo informações da coordenadora.
Agradável. Interessante.
Ao chegar em casa, ainda pensou um pouco nos detalhes da moça,
na voz, no sorriso, no jeito.
Memorizou, arquivou, dormiu.
Dia seguinte, estrada e afazeres em outra cidade.
Na estrada, a imagem da moça.
Afastou, arquivou novamente.
Mas pensou.
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