QUE BOM TER VOCÊ AQUI

Quem escreve, raramente escreve somente para si próprio.
Assim, espero que você leia, goste, curta, comente, opine.
E tem de tudo: de receitas a lamentos; de músicas à frases: de textos longos a objetivos.
Que bom ter você aqui....

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ESPAÇOS.

Espaços.
O que são espaços?
São "ambientes" ocupados pelo que temos em nosso dia a dia?
A turma da escola, a família, a namorada( o namorado), as namoradas (os namorados), o pessoal do trabalho, o mundo papalelo, de amigos,
de conhecidos, de pessoas que entraram em sua vida, aquela turma
do bairro, o "seu" Zé da Padaria, "Dona Vilma", a doceira, Fulano,
o cabeleireiro, todo mundo que você conhece.
E sua memória já está puxando por nomes e rostos que certamente
você poderia listar, ver a imagem da pessoa e saber como se conheceram,
de onde vem a amizade, e fatos afins.
Espaços são lacunas preenchidas que nos permitem formar o que
chamamos de vida, onde ocupamos com prioridade alguns deles e
com segundos planos, outros deles.
Mas, quando se mexe em algum arquivo, o espaço se abre, a lacuna
mostra-se ocupada e você vê que ainda está lá aquela pessoa, aquela
situação, aquele momento.
Espaços são arquivados em nossa memória para serem utilizados automaticamente, sem força, instintivamente, sem planejamento.
Ao encontrar pessoas conhecidas de anos, sua cabeça já prepara todos
os conhecimentos, os nomes, as feições, tudo para que você viva aquele momento sem precisar se esforçar na memória e tentar lembrar o
nome daquele amigo pentelho da hora do recreio, daquela gostosa que você tanto queria e nunca conseguiu, enfim, temos uma monstra de uma
memória para todos os assuntos com os quais vivemos.
Brilhante o desempenho de nosso cérebro, de nossa química, de nossa cabeça.
Chega a dar raiva de como tudo isto funciona e nos leva a pensar, lembrar, querer, desejar, sorrir, chorar, aquietar, enfim, quando se está só no carro,
na sala, no escritório, no elevador, quantas imagens passam e quantas lembranças temos?
E depois de um tempo de vida, cheio de lembranças, memórias, datos,
fatos, datas, cenas, cheiros, músicas, você na madrugada percebe que
um espaço está vazio.
E analisa se deve, ou não, preencher novamente.
Se sim ou se não, você deixa por conta do destino, do dia a dia,
da fatalidade que poderá lhe acontecer.
O espaço vazio não lhe move lembranças e nem sorrisos.
O espaço vazio não lhe provoca mais nenhuma reação.
O espaço vazio apenas se mostra vazio e você é quem decidirá se ele
será preenchido, ou não.
Uma porta de vidro blindex transparente guarda este espaço.
Sem chave, sem cadeado, sem segredo.
Se alguém souber como entrar, ele será ocupado.
Caso não, a vida segue com tantos outros espaços que nos exigem
atenção diária.
E em alguns deles, existem pessoas, queridas, companheiras, amigas,
que nos dão sinais e, quando vemos, passamos a manter os espaços ocupados, de forma que a vida siga, sem preocupação com aquele espaço vazio.
Boa esta forma de ver a coisa.
Boa esta forma de viver.
Ocupar espaços é uma decisão exclusiva, só sua, egoísta.
E se você souber como ocupá-los, melhor.
O sorriso estará presente de segunda a domingo, mesmo naqueles
momentos de silêncio onde você atesta, novamente, que tem um
espaço vazio.
Daí, o melhor é somente viver.
Não buscar, mas deixar rolar.
Numa dessas, sem querer, você ocupa o espaço vazio e desocupa outros.
Aí, começa tudo de novo.


2 comentários:

  1. Grande Costa,
    Não me considero seu amigo, apenas alguém que conheço, pois amigos mesmo se conta nos dedos de uma das mãos. Nos encontramos diversas vezes sendo várias delas em Guaratuba, acompanhados de seus e dos meus amigos. Maneco, Atos Costa (ex-cunhado e grande pessoa),Jr. etc., etc.. Estou somente escrevendo para agradece-lo por escrever tudo que está escrito. Encontrei por acaso e fiquei escolhendo e lendo por mais de 3 horas. Continue Costa e mais lá para frente, quem sabe se não nasce um livro. Grande abraço do Julio.

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  2. Ahhh esses vazios né Costa... Bonito texto, parabéns.

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