Comemoramos no dia de hoje, antecipadamente, o Dia do Professor.
Originalmente em 15 de outubro, as faculdades e algumas escolas
resolveram antecipar e emendar com o feriado de 12 de outubro.
Comemora-se o quê?
O fato de sermos professores, em primeiro lugar.
O fato de, diariamente, nos prepararmos para tentar ensinar coisas a
centenas de jovens, alguns ávidos por aprender algo, outros apenas frequentando em busca de um diploma, mas quase todos, tornando-se
amigos de professores titulares e assistentes.
Ser professor merece uma certa comemoração.
Senão pelo salário, mas sim pela cadência que a vida nos impõe e pelos ensinamentos que ela nos permite ter.
Ao mesmo tempo em que ensinamos, ou pretendemos, aprendemos uma
série de coisas com nossos alunos.
Do primeiro grau aos marmanjos do oitavo período, a escola que eles
frequentam e nós ensinamos, para nós também é um escola.
Na sala, nos corredores, na cantina, na portaria, na calçada da frente,
seja onde for, estamos aprendendo coisas, diariamente.
E aí reside a alegria de ser professor.
Vez por outra um churras com a moçada, vez por outra uma "bera" alí
na esquina, vez por outra um papo sério na sala de aula, onde as visões
que se iniciam diferentes, terminam indo para o mesmo caminho.
Alguns alunos percebem que quem está alí falando alguma coisa, é alguém
que já viveu o que eles estão vivendo, mas em situação um pouco diferente
dos dias de hoje.
Digo e repito sempre que se minha geração e eu tivéssemos um palmtop na
mão ou uma internet rápida pelos idos de 1970, ninguém nos segurava mais.
Nossa informação e aprendizado veio de pesquisas em livros, enciclopédias, manuais e trabalhos(mesmo) de turma, onde era obrigatório ler, resumir e escrever o trabalho, sem CTRL C CRTL V.
Uma internet ao lado desta gurizada, era para eles estarem muito mais preparados do que estão, lendo mais livros, aprendendo melhor a língua portuguesa, sabendo mais detalhes sobre vários assuntos e, principalmente, memorizando detalhes para a vida.
Nos bancos escolares, ao menos antes da faculdade, nem tudo o que aprendemos será utilizado.
Mas na faculdade, seja ela qual for, o que está sendo ensinado, deve
ser memorizado.
Aí, em tudo isto, reside e alegria em ser professor.
E eu, particularmente, gosto muito.
Me identifico com centenas de alunos e alunas, a quem trato como filhos e sobrinhos do coração, sem problemas de relacionamento, ao menos aparente.
Ser professor é aceitar o abraço no dia de hoje, sabendo que nossa parte, estamos fazendo, seguindo diretrizes da instituição onde trabalhamos, mas seguindo o que a cabeça da meninada quer saber, dentro de cada matéria.
Ser professor requer mais do que preparar aulas.
Requer o uso da psicologia, do "jeitinho" para lidar com algumas situações, da capacidade de entender o que eles pensam e como agem.
Ser professor é fazer um rap, ao vivo, e mostrar para o aluno que o que ele faz,
é bom, mas a gente também sabe.
É sentar no banco da cantina e dizer para a aluna "que a vida ainda vale um sorriso que eu tenho pra te dar" para ela saber que não está só.
Ser professor é, às vezes, substituir os pais em gestos simples, em coisas simples, em cenas banais.
É dar aquele abraço pela nota 7 conseguida depois de muito esforço, é
sorrir quando se critica um trabalho feito, mas orientar como fazer bem feito.
Ser professor é a alegria de poder transmitir conhecimento acumulado pela prática e pelos livros, de forma que não seja sacal, não seja pentelho, não seja chato.
Aos alunos, amigos e companheiros professores, o maior abraço no dia de hoje.
Somos e fazemos parte de uma minoria.
E com ela, estamos plantando a futura maioria do país.
Tomara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário