QUE BOM TER VOCÊ AQUI

Quem escreve, raramente escreve somente para si próprio.
Assim, espero que você leia, goste, curta, comente, opine.
E tem de tudo: de receitas a lamentos; de músicas à frases: de textos longos a objetivos.
Que bom ter você aqui....

domingo, 4 de outubro de 2009

BOEMIA

Me diz a querida e eterna amiga Rozângela Brito que
"boêmio que é boêmio sempre volta à boemia."
Fato.
Aliás, de onde nunca deveria ter saído.
Boemia honesta é uma escola.
Não sei se estaria vivo ainda, mas estaria feliz. Mais feliz.
Como diz Dr Boscardim, do alto de seus 80 anos bem vividos:
boemia sadia, aquela em que não se saía para tomar porre, mas
para conversar e tomar uma bebidinha. E pronto.
Na boate Excelsior, em São Paulo, Dr Boscardim viveu um dos melhores momentos de sua vida, que é rica em detalhes e histórias: assistiu a
um show de Lucho Gatica, o pai do bolero, da voz encantadora, do homem exemplar. Um cantor que pausava a sílaba da melodia. E sabia como fazer.
Logo após o show, Lucho Gatica sentou-se à mesa e ficou conversando.
E Dr Boscardim, atento, ouvindo e analisando o que o homem dizia.
E não esquece até hoje.
E assim é a boemia.
Boemia que presta, que tem conteúdo, que faz amigos, que aproxima
pessoas e que fica na memória.
Boemia que mostra pessoas como elas são.
Sem maquiagem, sem preparos, sem produções.
Gente ao lado de gente, que mostra ser gente e que gosta daquilo: boemia.
Alguns mais fundo nos copos, outros mais fundo nos olhares, outros, ainda,
mais fundo em tudo, mas todos discretos, com um comportamento que só
se vê na noite. Aliás, já escrevi sobre isto. Está lá em julho.
Ver um show de Lucho Gatica foi um privilégio e poder ouvir Lucho Gatica
é mais um privilégio. Pena que poucos conhecem. Mas segue o baile.
E a minha querida Rozângela está certa: boêmio que é boêmio sempre
volta à boemia.
E adotei a frase com a orientação do Dr Boscardim.
Viver a boemia de forma sadia.
Ouvir, ver, falar, curtir, mas principalmente, conviver com pessoas que
são aquilo mesmo.
Nem rimel e nem maquiagem.
São como são.
E ao som da música de Lupicínio Rodrigues, todos se entregam e comentam
que já viveram algo parecido com a letra da música.
E na letra de Chico Buarque todos admitem que "o tempo passou na janela
e só Carolina não viu".
Isto é boemia.
Entre um "drink", uma cerveja ou qualquer bebida e outra, alguma coisa acontece.
E gente se conhece.
Se conhece e tem início o processo da conquista.
Demorada, planejada, estudada.
Não como nos dias de hoje, onde em qualquer lugar, a mulher se entrega
e o homem não lembra nem o nome dela no dia seguinte.
Mudou muito a cena noturna da vida das pessoas.
Mudaram as pessoas.
A boemia do flerte, da paquera demorada, da conquista com flores e
chocolate da Icab, esta se foi.
Telefonemas demorados, passeios a pé pelas calçadas da cidade, terno
e gravata para acompanhar a dama, um ritual para sair com a pessoa escolhida.
E, raramente, a escolhida era a definitiva.
Daí a curiosidade, a união de 60 anos de casados.
Hoje, quando chega aos 20 anos de casados já é lucro.
Aliás, na noite de hoje acabou a conquista mesmo.
É tiro e pronto.
A mulher, que valia muito, deixou-se levar pela liberdade e se entregou ao desejo de ser ela. Somente ela. Nem todas, claro, mas a grande maioria que agita em baladas na noite, se entrega.
Querem porque querem. Porque só os homens?, me pergunta uma.
Nós também temos direito.
Tem, por certo.
Mas não é direito.
A mulher é um ser para ser conquistada, admirada, trabalhada pelo
homem que a deseja.
Abrir a porta do carro, enviar flores, cartão com texto direto e objetivo,
romântico até, mas passo a passo. Ser um cavalheiro, antes de tudo.
Dizer para a mulher que "simplesmente as rosas exalam, o perfume que roubam de ti" é fundamental. É obrigatório. Faz bem para elas e para nós, homens.
Boemia.
Taí um lugar aonde a gente aprende, que conhece, que marca, que fica,
que volta a todo instante e que convida a viver bons momentos a todo instante.
Que o diga Werner, meu bom amigo e companheiro, assim como Marco, meu compadre e mais outros poucos.
Viver a boemia é manter acesa a chama da conquista, do charme, do momento bem vivido.
Por isso sempre insisto em bons momentos. Eles fazem parte da vida da gente.
Eles começam quando você menos espera.
Podem durar pouco, podem durar muito, podem marcar a vida.
Mas são momentos só nossos, onde achamos cúmplices que nos satisfazem
e nos dão a certeza de que a vida corre em nossas veias.
Tá certa, Rô.
Ainda é o melhor lugar para viver.
Resta saber onde, quando, como e com quem.
Boemia: um acontecimento salutar na vida de certas pessoas.
E que sempre nos revela segredos........

Um comentário:

  1. Vejo Boêmia, e o é seu caso, querido Costa , de Boêmios que saem e curtem a noite, e os 'fatos da noite' que a meu ver primam pela boa música, bebida a gôsto, conversa interessante e companhia agradável. Necessariamente nessa ordem de importância,imprescindível é a boa música aompanhada de um tônico relaxante. O que vier então é bem vindo e o inesperado surpreendentemente bom é mais bem vindo ainda!!! e todo o resto é lucro , troco e rolha...ahahahah Bj grande

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