QUE BOM TER VOCÊ AQUI

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Que bom ter você aqui....

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

MÊS DAS CRIANÇAS

E começa o mês de outubro.
Ainda ontem era carnaval e eu vagava pelas ruas de Curitiba sozinho.
Já estamos no final do ano.
2009 ficará na saudade, assim como ficaram tantos outros.
Para alguns, um ano positivo, mesmo puxado.
Para outros, um ano bom para esquecer, mesmo tumultuado.
Mas já que iniciamos outubro, não esqueçamos que é o mês das crianças.
Estes pequeninos seres que geramos, adotamos, criamos e colocamos
no mundo para que sorriam, brinquem, se lambuzem, chorem, briguem,
durmam, adormeçam, respeitem, desrespeitem, não comam, se atrasem, derrubem a Coca-Cola no uniforme, esqueçam a janela aberta à noite,
entrem no mar sem nos avisar, joguem video-game o dia todo, peguem
5 finais na escola, tenham uma caligrafia péssima e uma mente aberta, entendam que a Xuxa já era, saibam que a novela das 8 apresenta
novidades para um mundo novo que se abre, enfim, mês das crianças
que ainda podem ser as esperanças de um amanhã melhor.
Para elas e para quem está vindo.
Crianças que hoje nem sonham como é o mundo, mas que vão fundo
na pipoca do shopping, no buffet de sorvetes, no cinema com a mãe,
na festinha de aniversário, que se esbaldam na piscina de bolinhas,
que suam e pegam resfriados, que esquecem a jaqueta em algum lugar,
que evitam tomar banho na hora apropriada, que não querem nem saber
de fazer lição de casa, que entendem mais de computador do que nós.
Crianças que amamos, que devemos amar antes que seja Lei,
que devemos agradar e carregar no colo, que devemos ensinar o
que é justo e certo, mesmo que doído.
Mês das crianças, não só para o comércio e suas promoções, mas também
para adultos que têm crianças e também já foram crianças.
Lembra do nosso tempo de criança?
Uma tampa de lata de cera Canário presa a um cabo de vassoura
era o suficiente.
Um saquinho de bolas de gude era mais do que obrigatório.
Um punhado de figurinhas era mais importante que o livro da aula de ciências.
O carrinho de rolimã era feito com caixa de maçã e estamos todos vivos, ainda.
Nosso tempo de criança era mais recheado de disciplina e comportamento
do que nos dias de hoje.
Chamávamos a todos de senhor e senhora, levantávamos no ônibus para
o mais velho se sentar, dávamos passagem a pessoas de idade,
respeitávamos os limites da boa convivência e da boa educação.
Nosso tempo de criança em nada se assemelha aos tempos de hoje,
não só em coisas materiais, mas em ensinamentos de alguns pais que
também foram crianças e esqueceram-se disto.
No nosso tempo de criança dificilmente ficávamos sozinhos em casa
para os pais sairem festar. Quando muito, uma tia, a avó, alguém
ficava com a gente e depois de muita explicação.
Hoje, vemos centenas de crianças largadas enquanto mães festeiam
e pais se ausentam. Nenhuma crítica. Apenas um comentário.
Diferenças existem e sempre irão existir.
O que devemos ficar atentos é como estamos preparando estas crianças
para o amanhã. E como iremos deixá-los decidir por si mesmos quando estivermos ausentes, mortos ou longe de casa.
Mês das crianças.
Ao invés de chamarmos o piá de pentelho, tentemos educá-lo.
Ao invés de acharmos que a menininha já é atiradinha, tentemos orientá-la.
Ao invés de acertarmos tantos espermatozóides nos óvulos, acertemos nossa capacidade de criar e educar quem estaremos gerando.
Ao invés de nos assustarmos com um neto "de repente", melhor conversar antes.
Que em outubro todos nós recuperemos, um pouco, aquele sorriso de criança e algumas atitudes de criança.
E que saibamos, mesmo contrariados, que eles não nascem sabendo tudo.
Ao menos até os cinco, seis anos.
Daí pra frente, eles "rodam os aplicativos" mais rápido do que nós.

Mesmo assim, como crianças, merecem nossa atenção, nosso amor, nossa dedicação.
Hoje, aos 53, se eu pudesse adotaria mais uma criança.
E tentaria, ainda que por pouco tempo, mostrar a ela que sorvete de chocolate lambuzado na cara é um grande barato. Deixe a roupa que suje, mas seja feliz.
Que festa de aniversário é um grande barato também, desde que orientemos.
Que ler gibi é muito bom, até mesmo para a cultura.
Que ir à missa é um saco, mas ajuda na formação do futuro adulto.
Que dormir cedo e se alimentar direito, é quase uma obrigação e não uma chateação.
Isto, entre outras coisas.
Ah......se eu pudesse........

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