Mesmo em meio às incertezas, uma coisa é certa: estou vivo.
Sobrevivi ao desmoronamento de sonhos e castelos, areias esculpidas na praia e projetos em papeis de bar.
O que caiu, caiu.
Ainda batendo o pó, vejo que continuo a caminhada que iniciei três anos atrás.
Rumo à paz.
É difícil, sem dúvida, mas não é impossível.
Falo tanto nela, na tal da paz, mas é que torna-se um ponto importante na vida, depois que você convive com ela por um tempo.
Com ela, a respiração é mais tranquila, o caminhar é mais suave, o olhar é mais sereno e a compreensão das coisas muda por completo.
Com ela, o ato de viver é mais gratificante, ainda mais quando você vê e revê cenas, vídeos, imagens e palavras que fizeram parte de uma vida.
O pó solta-se de minha roupa e sigo já mais limpo e aliviado.
Escombros que ficaram para trás, lá estão, mas não os vejo mais.
Ruínas de um tempo vivido com dedicação e com amor.
No hoje, o amor se faz presente, mas a razão dá preferência aos pensamentos.
Momentos são relembrados, mas sem a emoção com a qual foram vividos.
Cenas são rememoradas, mas apenas para atestar que foram vividas daquela forma.
Planos não se concretizaram, mas quem sabe, não era para ser.
Barulho de mar ainda me pega de surpresa, mas hoje é só um som.
O caminhar de agora exige cautela e mais preparo.
Como eu disse outro dia, hoje mais ouço que falo, mais observo que critico, mais penso que vivo.
E vivo bem assim.
Opino raramente, discordo mais raramente ainda, nao discuto assuntos que não me dizem respeito.
A caminhada me prende nos detalhes atuais, mas me liberta dos detalhes de ontem, antigos, queridos, doídos.
Um passado que ficou no ar, mas que torna-se impossível buscar, arrumar, consertar, reviver.
Ir em frente é o que resta, sabedor do tamanho dos passos a dar.
Decepções com gente, não mais afetam o lado bom que esta gente possuía.
Quem sabe não existisse lado bom.
Talvez tenha sido uma ilusão minha, prejudicado por sentimentos abertos e sinceros, reais e nada fabricados.
De um jantar no Pahy a um jantar em uma pizzaria, que foi o último, muita coisa aconteceu.
E de lá para cá, a vida me sinalizou para caminhos diferentes e novos.
Difícil conseguir a liberdade.
Mas uma vez conseguida, faz-se de tudo para não perder-se novamente.
Livre.
Caminhando lentamente pela estrada nova da vida.
Apenas olhando e observando o que aconteceu e acontece no dia a dia.
Este mesmo dia a dia que me revela coisas bonitas e reais.
Este mesmo dia a dia que me ensina a acreditar novamente em mim.
E apenas em mim.
Sigamos, pois.
Páginas em branco esperam para serem escritas.
Mas com atualidades.
Não mais com saudosismo.
Por mais que seja.
Como disse Paulinho da Viola, foi um rio que passou em minha vida,e meu coração se deixou levar.......
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