QUE BOM TER VOCÊ AQUI

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Que bom ter você aqui....

terça-feira, 3 de novembro de 2009

MORRER NO DIA DOS MORTOS....

A madrugada havia sido muito boa.
O movimento foi acima do esperado.
Naquela noite, Rodrigues iria embolsar uma boa grana de comissões e de gorjetas. Até que enfim, depois de um período sem movimento, o
bar dava sinais de recuperação. Ser garçom tinha disto:
uma noite boa, algumas médias e poucas ruins.
Mas aquela, de sábado, havia sido campeã.
Já arrumando as mesas para fechar o bar, perto das cinco da manhã,
Rodrigues notou um tumulto na porta.
Era o segurança que não permitira que um cliente saísse do bar
com a cerveja em garrafa na mão. Grita daqui, grita de lá,
o cliente se foi e tudo voltou ao normal.
Quase.
De repente, um som parecido com um tiro veio lá de fora.
E não foi um, mas sim cinco tiros.
Pessoas ainda dentro do bar se abaixaram, a porta de vidro estilhaçou e Rodrigues se abaixou, mas não levou sorte. Um dos tiros atingiu-o de cheio.
Correria, susto, choradeira, gritos, até que Rodrigo foi encaminhado
para o Pronto Socorro. Mas não resistiu.
O cliente que havia sido impedido de sair com a garrafa, voltara e
disparara a arma contra todos do bar, não só contra o segurança,
que acabou não levando o tiro.
A polícia agiu prontamente e, graças às imagens da casa, identificou
o atirador e prendeu-o logo ao meio dia do dia seguinte.
Era fichado, recém saído da cadeia, onde cumpria pena por assalto.
Jovem, de 26 anos, mas com nada na cabeça.
Os clientes feridos já estão em casa e Rodrigues, no dia dos mortos,
baixou sepultura, sob o choro de amigos e parentes, inconformados com a situação.
E para isto estamos caminhando. A arma que o atirador usou é de uso
privativo das Forças Armadas. Entendemos agora que Forças Armadas são
as forças do mal que conseguem o que querem em termos de armamento.
Pena.
Um vida foi tirada, o atirador preso, à disposição da justiça, clientes
assustados e baleados de raspão.
E a vida continua.

Meses atrás, em um restaurante do Água Verde, na hora do almoço,
bandidos entraram, assaltaram, saíram correndo e trocaram tiros em
plena luz do dia.
Cada dia é mais frequente a troca de tiros, pois a maioria deles(bandidos),
anda armada. E com conhecimento da polícia.
Até que ponto estamos seguros?
Até que ponto fatalidades irão tirar a vida de inocentes?
Até que ponto nosso garçom Rodrigues deveria ser atingido?
Detector de metais em bares?
Pode ser uma saída.
Detector de metais em lojas? Também.
Nossas vidas estão por um fio, em todos os momentos.
E jovens, meninas e rapazes, correm risco pela noite adentro de serem os próximos atingidos.
Ou por uma bala, ou por um motorista bêbado em alta velocidade.
Triste fim para uma juventude que só quer se divertir e aproveitar alguns momentos da vida.
Enquanto nada acontecer de mais severo, tudo continua como está.
E mais alguns "Rodrigues" serão atingidos e mais ex-presidiários sairão
às ruas com calibe 9mm, fato normal.
Pena.
Agora vamos ver o que acontece com o atirador.
Se bobear, em 6 anos está nas ruas de novo.
Pena.

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