Por estas areias andei vagarosamente.
Por estas areias, meus pés caminharam ao lado do teus.
Ao som das ondas, falamos do barulho de nossas vidas.
E de mãos dadas, traçamos caminhos para nós dois.
Por estas areias fizemos planos, imaginamos, projetamos.
O vento misturava teu cabelo com teu sorriso.
E nestas areias, mais imagens ficaram gravadas.
A vida é tão imprevisível que, mesmo sem querer, ficamos
separados e sós.
E nestas areias, andando lentamente, vejo que assim como
este tronco, fiquei eu.
Parado na areia, no meio da praia, sendo atingido pela onda
sendo massacrado pelo sol.
Eu e o tronco.
Amigos.
Situações parecidas.
Parados, na areia, ouvindo o mar.
Um dia ele se vai.
Assim como eu irei.
E nestas areias continuarei a caminhar, para onde a onda me
levar e largar.
Melhor assim.
No balanço das águas me movimento.
Com a esperança bela da praia, me alimento.
Que bom.
Chega de lamento.
(foto de T. Fuzetti).
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