PORQUE HOJE É SÁBADO.

Sábado. Oito da manhã.
Horário normal para iniciar o dia durante a semana, mas no sábado?
Porque hoje é sábado, como dizia o poema.
Tomando um cafezinho e colocando os aplicativos para rodar,
eis que entra na cozinha a filha caçula, descabelada, cara amassada,
pijaminha de calça curta, descalça.
Bem com o jeitão de uma noite bem dormida.
Abraço, bom dia, beijo, o movimento tem início pra valer.
A caçula movimenta, agita, sorri, fala alto e com vontade.
O café toma mais gosto, o prazer em ver domina a manhã.
Muslix com leite, conversa amena, chega o genro com a outra filha.
Café da manhã alegre, movimentado, feliz para um sábado.
Não um sábado qualquer.
Família reunida vale mais do que qualquer exército.
E a caçula, que poderia estar presente todos os dias no café da manhã,
este final de semana nos deu a honra de vir de São Paulo e ficar
aqui em casa.
Felicidade reunir os filhos.
Filhos são filhos.
E quando longe, parece que são ainda mais filhos.
E quando perto, abrem as portas da sensação da felicidade.
Esta felicidade ao ver minha caçula caminhando pela casa.
Final de semana feliz.
Não precisa mais do que isto.
E, claro, uma cervejinha na hora do almoço no carneiro com amigos.
E à noite, mais festa.
Ainda bem que o fígado importado de Taiwan funciona.
Feliz do pai que consegue reunir os filhos em volta da mesa e poder
olhar para eles 28 anos depois.
De crianças bonitinhas, tornaram-se adultos bonitos e formados.
Formados e educados.
Educados e felizes.
Mas mais feliz, estou eu.
E ficarei todos os dias.
Acredito que muita coisa de mim consegui passar para meus filhos.
E só isto me deixa feliz.
Muito feliz.
Porque hoje, é sábado.