Caminhando pelo centro de Curitiba, como normalmente faço, parei na esquina da
Muricy com a XV.
Parei e fiquei parado.
Em meio aos sons de buzina, barulho, carros, ônibus, vozes, me concentrei onde hoje
existe uma banquinha de jornais feita de acrílico e sumiram os sons em volta.
Alí, pelos idos de 1973, existiam dois bancos de madeira, conservados, logo que o calçadão
virou calçadão e não passava mais carro na XV.
Saíamos das aulas do Camões, na esquina, para curtir as horas de recreio na calçada, em frente
à antiga Lanchonete Colombo, onde hoje é o Aristides e a Lancaster, onde existia o melhor madrilenho da cidade.
Turma da boa, gente que era gente(e ainda é), pessoas amigas de sangue bom.
Marquinho, Gil Caldas, Carlos Homero, Kita, Silmara, Silvana Fabianne, Mariane Knauer, Regina Pisa, Gracinha, Vera Mussi, Claudinho Barry e demais amigos de corredor, zanzavam por alí até o retorno para a 4a. aula.
Quando muito, assistíamos a um show da Gilda, aquela carinhosa travesti e amiga da gente e víamos um monte de gente matando aula na XV, para ver o calçadão, acho!!!!
E nesta época, a convivência era sadia, amizade oriunda de sala de aula, coisa boa de viver.
Era época de No Woman no Cry, com Gilberto Gil.
Era época da chegada dos Chevettes, todos com rodas e sempre brilhando de limpos.
Era época boa de festas de 15 anos(ainda), mas festas que reuniam pessoas de bem.
E, era uma época salutar de rodas de samba, onde a maioria dos citados acima e mais alguns
sabiam todas as letras de Vinicius de Moraes, sem se aperceber o que aquilo queria dizer.
E nos recreios, quando o papo ficava bom, a 4a. aula ia pro saco.
E dalí para uma empada no Caruso, era um pulo.
Regina usava calça jeans e um collant da Smugller, com aquele cabelo preto até a cintura.
Kita e Silmara, inseparáveis, amigas de Rio Azul desde a infância.
Uma noite, Marco e eu fomos ao Parque em frente ao Passeio Público com Silmara e Kita só para andar de roda gigante.
Homerinho sempre alegre. Gilzinho às vezes meio fora do ar, mas grande amigo.
Silvana Fabianne, impecável já às sete da manhã.
Amizades dos bancos escolares, às vezes traduzidas em namoros, até hoje inesquecíveis....
ou às vezes traduzidas em parcerias, até hoje existentes.
Bons tempos.
Tempos onde o Taiguara cantava e nós entendíamos.
Tempos onde ir na saída do Inter, atrás do Guairão, era uma belo programa.
Tempos onde andávamos a pé, de mãos dadas e a cidade não existia.
Somente nos acolhia.
Tempos que torço para que os jovens de hoje revivam, mas que apresentam mudanças de comportamento.
Segue a vida.
Seguimos nós com recordações e saudades.
Valeu a pena.
E muito......
Nenhum comentário:
Postar um comentário