O vento da manhã de domingo servia para mostrar que estamos vivendo ares de inverno. Mesmo com o sol tímido, as ruas levam e trazem carros com famílias, pessoas sozinhas, jovens indo e vindo para algum lugar, naquele horário gostoso das dez da manhã.
No Mercado Municipal, testemunha de tantos vais e vens, pessoas caminham lentamente, apreciando, escolhendo, atrapalhando as vielas sem se preocupar com quem vem depois. Nada mais justo. É domingo e quem tem pressa que fique em casa ou vá para o autódromo.
O tomate brilha de tão vermelho, ao lado da couve-flor pronta para ir para a panela, enquanto o pimentão parece de fotografia.
O japonês sorri, não se sabe se para os clientes ou se é o jeitão dele mesmo, pois vive sorrindo este povo que já levou até bomba na cabeça e começou tudo de novo. Aliás, serve de exemplo para nós, que deveremos ter uma Dilma no comando, mas começaremos tudo de novo, um dia.
Na barraca de Dona Júlia, as frutas saltam aos olhos e pedem para serem levadas para nossas casas. O preço, um poquinho mais caro do que por aí, se bem que no por aí a apresentação peca um pouco.
O que se vê em grande quantidade, é uma mistura louca de agasalhos, trainnings e tênis de todos os tipos. E ainda se vê a mulher de Leg e sandália, como se o frio não atingisse os pés. Que coisa horrorosa.....
Sacolas e pacotes se batem pelos corredores amplos durante a semana, mas pequenos aos domingos.
Sempre aos domingos.
Na peixaria, o camarão está bonito, mas o preço pedido atrapalha a beleza do prato. O mesmo para filés de peixe de qualidade.
Azeitonas espanholas e chilenas, ficam lado a lado com as gregas e temperadas libanesas. Um belo convite de aperitivo com um bom vinho ou com uma dose de Johnny, tanto Red quanto Black.
Centenas de sushis forram as calçadas, prontos para serem mergulhados no Shoyo ou simplesmente degustados em casas ávidas por algo diferente do arroz com feijão. Pelo menos aos domingos.
Sempre aos domingos.
A casa de massas sustenta a fila mais longa de todo o Mercado, despachando lasanhas sem igual, iguarias feitas na hora, alimentos de qualidade que vem de anos.
A praça de alimentação ainda vazia, pois seu forte é aos sábados.
Lá fora, confusão de estacionamentos e carros que não se respeitam e chegam a emitir sons de buzinas, mesmo aos domingos.
Lentamente, caminho e observo tudo isto, não sem antes comprar o que quero para o almoço de domingo, que será gostoso e tranquilo.
E como diz a música: sempre aos domingos.
Que bom.
O povo curte o que a cidade lhe oferece.
E o Mercado Municipal ainda é uma opção gostosa, relaxante, mesmo com centenas de pessoas por metro quadrado e o desfile interminável de agasalho azul marinho com camiseta preta e tênis marrom.
Vale tudo isto quando o motivo é a alegria.
Vale tudo isto para iniciar o domingo.
Vale tudo isto, sempre aos domingos.
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