QUE BOM TER VOCÊ AQUI

Quem escreve, raramente escreve somente para si próprio.
Assim, espero que você leia, goste, curta, comente, opine.
E tem de tudo: de receitas a lamentos; de músicas à frases: de textos longos a objetivos.
Que bom ter você aqui....

terça-feira, 9 de abril de 2013

RECORDAÇÕES..........

Coço a cabeça, olho para os lados, procuro e não encontro. Mexo em gavetas, abro agendas antigas, remexo em pastas empoeiradas e também não encontro. Deixo o computador de lado, pois nele não estão as coisas que procuro. Ele apenas não existia na época. Continuo a busca e nada encontro. Sento no sofá, acendo mais um cigarro(isto ainda vai acabar comigo), olho pela janela e o silêncio da madrugada me convida a pensar. A ideia fixa em procurar o que eu queria afasta qualquer pensamento, mas aos poucos, me rendo. E ao me render, encontro o que procurava. Sensações do ontem, coisas boas, momentos vividos, situações enfrentadas, coisas que se acumulam e se transformam em experiências de vida, ou mesmo, na própria vida.
Ainda criança, de calças curtas e bota da Dr Scholl, na calçada da rua Riachuelo via um monte de gente andando pra lá e pra cá, no vai e vem do dia normal da cidade. Aquilo me era estranho, mas depois comecei a fazer parte daquele movimento. mais tranquilo era às cinco e meia da manhã, quando entregava pão de bicicleta pela redondeza e depois me arrumava com o uniforme do Medianeira para ir para a escola, com o ônibus pontual que passava e nos apanhava. No colégio, dezenas de rostos que iam se modificando com o tempo, assim como o meu, amigos que vieram desde o pré-primário até aqueles dias ainda iniciais para todos. Saudades de um tempo onde éramos apenas alunos, crianças, filhos, amigos. A palavra preocupação não existia em nossos dicionários, embora já aparecesse para nossos pais. Foi uma época sadia, tranquila, severa na educação do dia a dia, fosse com as freiras, fosse com os pais. Os mais velhos eram respeitados acima de tudo, não da forma dos dias de hoje, mas com o tal do respeito mesmo. Sr e Sra era obrigatório......e ai de alguém que falasse em meio a uma conversa de adultos. Imagina se hoje isto existe.......nem em novela.
Aliás, as novelas poderiam tentar resgatar um pouco do bom comportamento, da boa educação, da boa forma de se viver em comunidade, nem que fosse para mostrar como era, pois para ensinar, elas ensinam o que não devem. mas, paciência, voltemos aos pensamentos.
Ir na Americana da Ébano Pereira era uma aventura, para comer um sanduíche ou ver novidades no mundo de brinquedos. Ou até mesmo para "afanar" soldadinhos do Forte apache....que coisa! Uma vez, ao chegar na panificadora e mostrar para minha mãe que havia "afanado" dois soldadinhos, ela me levou até a Americana e me fez devolver para o gerente. Que experiência.......serviu de lição.
Do tempo de guri, vôo para o tempo de jovem(na idade, pois me acho jovem até hoje, embora menos saliente). No temo de jovem, era uma novidade atrás da outra. Cada dia era uma descoberta. com amigos, com amigas que começavam a fazer parte da vida e do dia a dia. Companheiros daqueles tempos estão presentes até hoje, passados 50 anos de vida em comum. E nos damos bem, convivemos bem, nos gostamos muito bem e relembramos fatos, atos e coisas que aconteceram em nossas vidas.
Um momento de saudade, de recordações me acompanhou a noite toda, acendendo cigarros e ouvindo músicas dos tempos lembrados.
E o bom é saber que cada um de nós viveu tudo isto. Cada um da sua maneira, do seu jeito, em sua cidade, com seus amigos. E alguns, também mantém amigos até hoje, o que nos revela que estas amizades são sinceras e queridas.
Saudades da vida que tive. Bem mais tranquila do que a vida que tenho. Boa também, mas mais agitada.
Nos tempos de ontem, correria era para pegar o ônibus, ir embora do colégio quando tocava o sino ou entrar no campo de futebol antes do início da partida.
Hoje, correria é para trabalhar, correr, receber, pagar, pagar, pagar......e quase dá para pagar tudo, mas alguma coisa sempre fica pendurada.
Ainda hoje li na Folha de São Paulo que a jusitça brasileira admite penhora do único bem do devedor de causa trabalhista para empregado doméstico. Olha que barbaridade. Mas lei é lei e criada por quem nunca teve estes tipos de problemas. Afinal, juízes vivem bem e jamais terão causas trabalhistas. Ainda mais com empregados domésticos. E ainda mais, mais ainda, agora que eles têm lei própria e a turma dos advogados trabalhistas está pronta para começar a recolher açoes dentro de 6,7 meses. Imagina o que vem por aí.
Volto para minhas recordações e decido enumerar todas em uma folha. Não cabe. preciso de mais folhas. Daí, a cada dia, colocarei aqui algumas cenas vividas. Algumas com nomes, outras sem, para não comprometer amigos de outrora que sempre mantiveram escondidas algumas noitadas de suas vidas.
As minhas, apesar de noitadas, sempre foram bem claras.
Amanhã tem mais.

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