QUE BOM TER VOCÊ AQUI

Quem escreve, raramente escreve somente para si próprio.
Assim, espero que você leia, goste, curta, comente, opine.
E tem de tudo: de receitas a lamentos; de músicas à frases: de textos longos a objetivos.
Que bom ter você aqui....

quarta-feira, 2 de maio de 2012

ESCREVI ANOS ATRÁS.....

UM FILME EM MUITAS MEMÓRIAS

Meu amigo Armando Pinheiro Machado me lembra que um texto escrito
tempos atrás deveria entrar no blog. Fiquei feliz ao saber qual era, mas
não tinha mais cópia. Coisas de computador. Então, gentilmente ele me
enviou e aqui está a reprodução, na íntegra, mesmo que repita algumas
coisas aqui já comentadas.
Lembro do dia em que escrevi este texto, acompanhado de uma garrafa
de uísque, um balde de gelo, fotos da família, num quartinho apertado de
Guarapuava, onde estava morando, na época.
Espero que gostem.
E para os mais jovens, um alerta: 80% do que aqui será comentado, vocês
não conheceram, infelizmente. Mas vale a lembrança para nós, velhinhos.

O cabelo era comprido.
Passava da nuca e cobria as orelhas. Basta ver as fotos.
A calça era toureiro, sempre feita sob medida.
Algumas no Fernandes, o Alfaiate do Moreira Garcez.
Outras, em algum alfaiate de confiança, como o Tercílio ou outro
conhecido da época. Até o Fedalto.
As festinhas de 15 anos eram o prato cheio. Ternos, eram Club Um.
Zona, nem pensar. De vez em quando, com amigos mais velhos.
Transar com namorada, nem a pau. No máximo, seios e toques.
Putas da Riachuelo eram conhecidas, mas nem sempre freqüentávamos.
O Sírio era o ponto da época. Sábados, era sagrado. E sempre havia
uma menina de plantão, na época chamadas de galinhas.
Som de fita K-7, cabine de acrílico, tipo da de telefone.
Isto ia até as cinco da manhã, fácil.
Teve até show dos Novos Baianos, um sucesso.
Maconha da entrada até a saída. Para eles e para os convidados.
Na saída, Luciano e Celina me levaram para casa.
Na saída, de carona ou já com o carro da mãe( alguns),
um sanduíche no Gaúcho da Marechal.
Isto ia lá pelos idos de 1974, ou antes até.
A rádio, era a Iguaçu, AM ainda.
Alguns ouviam a Atalaia e outros a Ouro-Verde AM.
LP's do James Taylor dominavam as salas das namoradas.
Bem como os da Carly Simon.
O Venha à vontade do Curitibano era endereço certo para quem
estava a fim ou levado um fim. Mas era certeiro.
Rodas de samba começavam a invadir ambientes até então dominados
por rock, Black Sabbad, Pink Floyd, Led Zeppelim, Credence Clearwater
Revival e outros. Os Beatles já haviam se separado, mas ainda tinha
gente que gostava.
Vinicius de Moraes era moda. Toquinho era pouco famoso, mas já fazia
dupla com o velhinho. Taiguara subia no conceito da boa música.
Aliás, com ele comemorei meu aniversário em 1973 - lembra Marco Bassetti?
O Teatro Paiol reunia musicais de primeira linha e o Guairão, nem se fala.
Uma atrás da outra.
O gravador do carro era um Mistsubishi, que não rebobinava a fita.
E só tinha rádio AM. Depois, surgiram outros, mas o som era com
tweeter e amplificador. Porrada!!
Sapatos plataforma não se usavam mais, tinham ficado para os anos
de 1972/73. Assim como calças da New Man ou da Gledson.
Aparece a Ellus, que até hoje está por aí.
Os cabelos diminuíram no comprimento, fomos tomando jeito e
cara de garotos de 18-20 anos mais ajuizados.
Maconha já existia, alguns fumavam e voavam, outros fumavam e
riam sem parar, sentados no chão ou em gramados, muito comum
naqueles tempos.
O Santa Maria, o Medianeira, Colégio Militar e o Novo Ateneu eram
os colégios de então. Além do Bom Jesus, claro.
E a rivalidade sempre presente. Cursinho, era o Dom Bosco, prenunciando
a chegada do Positivo,em 1973, em cima do Real da Vicente Machado.
Olha o que virou.
No fim, todos ficaram amigos e conhecidos.
A Zimbaloo fez sucesso na Marechal Deodoro, bem como a boate do
DANC, na rua Ébano Pereira, primeiro andar.
A Batika vendia roupinhas mais transadas e boutique Lixo dava seus
passos em direção ao sucesso. A coluna do Dino era lida diariamente,
onde apareciam as "panteras" e os "bem lançados".
Mulheres usavam collant da Smugller, um suplício para desabotoar
naquela região. E sempre com pressa. Isto incentivou a ejaculação precoce.
Surgiram os sapatos La Pisanina, e quem não teve um?
A Confeitaria da Comendador era o ponto de encontro. A Sinhá Doceira
já existia, A Kopenhagen também. Dá-lhe Maria Pia. Sempre no final da tarde. Mais pra lá, o Túnel também marcou sua época.
Tipiti Dog foi surgindo e foi ficando.
Madrugadas e cheese saladas marcaram a vida e todos nós.
E o garçom gordinho, o Perez, conheceu toda a cidade.
A esquadrilha da fumaça sempre presente. Bom evitar nomes.
A turma dos carros brilhando, também.
A caravana dos Chevettes rebaixados dominava as ruas,
com rodas brilhando e sempre andando devagar.
As Brasília, também.
Surge o Hamburgão, no Cabral.
Aparece o Polara, 1800, sensação daquele tempo.
Meninas ainda sérias, começavam namoros que duravam dois, cinco,
oito anos. Alguns duram até hoje. Casaram com seus primeiros namorados.
Estoura You've got a friend, com James Taylos e Carole King.
Feelings e She's my girl apresentam um Morris Albert até então desconhecido.
O jogo de truco aparece nas escolas e entra na vida de todos.
Mas todo mundo jogava buraco com as namoradas e os amigos.
Saídas de colégio eram obrigatórias, do Sagrado, do Caça, do Sion.
Roteiro infalível para ver a namorada, ver outras e ver futuras candidatas.
Ou ser visto.
Desfile de pessoas de bem, que nem sempre acabaram bem.
Porres eram normais, mas nunca de uísque. A cuba-libre era a preferida,
embora tenhamos tomado até Piper, conhaque e, vez em quando, cerveja.
Nosso gosto era mais apurado, acho.
Em Guaratuba, carnaval era de lei, até perder o posto para Floripa,
que virou filial de Curitiba. Vários anos seguidos, bailes do Doze ficaram
na história. Junto com o FLOP.
E veio o Flash.
Grande época. Grande fase. Não só pessoal para cada um de nós, mas musicalmente.
O Palazzo Pizzaria era onde íamos jantar com as namoradas de então.
O Frao Léo também. E o Matt Horn em ocasiões especiais.
O Magazin Avenida distribuía um isqueiro que todo mundo queria,
mas poucos tinham. Assim como adesivo da Hípica, que por um ano
teve uma das melhores boates da época, sempre às 6as. Feiras.
Curitiba era uma puta cidade pra se viver e se andar.
De carro ou a pé, de táxi ou de carona, mas era diferente.
Surge o Jackie-O, impacto fulminante que agradou a muitos e muitas.
Barry White e Donna Summer davam o tom.
Na esteira, aparece a Papeete, na Vicente Machado, sempre lotada e cheia
de conhecidos. Sem esquecer da DiG It, e da Disco Sundae.
E dá-lhe Bee Gees. Ir para o Rio em julho, era obrigatório.
E lá, a Hippopotamus, a Privé e outras, incluindo a Erótika.
E dá-lhe gonorréia.
Depois, a Chamonix, mas aí já era final de 1980.
É muita coisa para ir seguindo ano após ano.
Melhor misturar, pois cada um vai lembrando aos poucos e até existem
coisas que não cabem aqui. O texto ficaria longo.
Mas, como fiz em 1993, num artigo publicado em um revista,
vou enviar outro mais completo, com quase tudo.
Abraços e completem a lista.
Será útil.
Afinal, quem viveu esta época que vivemos, não esquece jamais.
E foi muito boa.
Puxe sua memória. Aqui vai. Um resumão de uma época que marcou demais. Não só para mim, mas para todos que hoje beiram os cinqüenta.

"É calmo o inicio da madrugada em Curitiba"....dizia Ivan Cury na Iguaçu,
sempre à meia noite.
Quem matou Salomão Hayala? Na novela O Astro, da Janete Clair.
Venha a vontade, no Clube Curitibano....
Tipiti da XV e Comendador.
Brunetti Discos, Wings ( Dá-lhe Savarin) e o Rei do Disco.
Alcides Vasconcelos, na Rádio Independência.
Pizza do Acrópolis, com vitamina.
Debutantes do Clube da Lady, com Baile no Palácio Iguaçú e Curso da Socila.
Boatinha do Sírio, da Hípica.
Bruna Lombardi, Rose de Primo, benza Deus.
Maverick 8 cilindros, Opala 250-S, Charger RT, não lembro mais.
Baile do Choop no Concórdia.
Aquarius Band, Sam Jazz Quintett, no Santo Mônica.
Sandra Busato, a eterna glamour girl.
Um chopp no Jangil, na Praça Ozório.
Serra da Gaciosa: uma hora subia, outra descia.
Pick-Up automático, da Rádio Ouro Verde.
Quatro no Prato, da Cruzeiro do Sul.
A Hora do K-7, na Iguaçú, oferecimento da Ótica Boa Vista.
O Café Avenida.
Frank Sinatra.
Lojas Mazer, na Praça Generoso Marques.
Blusa Cacharrell, Sapato de Plataforma, Calça New Men. Veludo Velnac.
Oh Me Oh MY, com B J Thomas.
Beto Rockfeller, na Rede Tupi.
Saídas de colégio: Sion, Sagrado, Caça-Marido(s).
Chop kapelle, na Barão do Serro Azul.
Canal 4, TV Iguaçú.
Machado Netto no futebol e Nestor Batista nos cometários.
Cine Vitória....Dr. Jivago.
Sessão da Meia-Noite, no Cine Astor.
Bar Palácio, Mignon à Grisè na madrugada.
O Pôquer, toda sexta-feira, na Minha Casa Da Benjamim Constant.
O Bloco "Não Agite".
O crepe do La Cave.
Um piano com Strega no Frao-Leo.
A Turma da Saldanha, da Faivre.
Avenida Luiz Xavier com trânsito livre.
Motos da P.M. chamados de "padeiros".
O Canal 12, na Emeliano Perneta.
Rinoldo Cunha – O locutor esportivo.
Marumba Querida.
Bar Triângulo, na XV.
Jovem Guarda, com Roberto Carlos, Wanderléia e Erasmo Carlos.
Dirceu Graeser, PONTO 6.
Gilda, a bicha da XV.
Bamboliche, na Mal. Floriano.
Calça Boca-de-Sino, com mais de 40 cm de boca.
BR-3, com Tony Tornado.
Camisas Ronnie Von, da Mazer.
Calças Tremendão. Calça "wandéka", com duas cores: uma na frente e outra
atrás.
Anéis Brucutu.
O Mug, do Simonal.
Show de Jornal na TV Iguaçú, Com Hortência Tayer, Haroldo Lopes,
Jamur Jr e as barbadinhas do Rafael Munhoz da Rocha.
A Família Trapo Na Record.
Ronald Golias.
Festivais da Canção, Malcom Roberts, Sabiá, ETC...
I Starded a Joke, Bee Gees.
Cirandeiro, na Augusto Stellfeld.
Casa Sloper, Joalheria Kopp, Boiko, Menil Montant,
Lojas HM, Mala Ika, Bamerindus.
Calça Brim Curinga, da Curitex.
Calça Lee, do Lucilo, no Moreira Garcêz.
Inter-Americano, o curso que ensinou muita gente.
Boatinha do Iate, em Guaratuba.
Cines: Avenida, Ópera, Arlequim, Palácio, Marabá.
Serenatas em Guaratuba com Gerson Fisbein.
A Turna da Tia.
Hippopotamus, no Rio.
Privé , no Rio.
Erótika, no Rio.
M Rosenmann Joalheiros – "Um diamante é para sempre".
Colégio Estadual do Paraná.
A Revista TV Programas.
Um Instante, Maestro!
Bat Masterson, James West, Little Joe, Bonanza.
Big Gincana Duchen.
Restaurante Bologna na Praça Osório.
Restaurante Zacharias, aos domingos.
Confeitaria Iguaçu, na Praça Ozório – Era proibido beijar na boca.
Ayrton Cordeiro, Lombardi Junior, Capitão Hidalgo, Carneiro Neto,
Durval Leal, Nei Costa.
Coritiba de Célio, Hermes, Nico, Oberdan e Nilo.
Atlético de Belllini, Djalma Santos, Charrão, Nilson Borges.
Confeitaria Schaffer.
Cometa
Paulo Pimentel – "PARANÁ, AQUI SE TRABALHA".

E por aí vai. Contribuam e acrescentem o que lembrarem. Vale a pena.

Por Deus do céu: me senti agora com 18/19 anos. Deu vontade de
pegar o Chevette e ir comer um Au Au

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