Domingo, dia das mães.
Coço a cabeça e abro um
leve sorriso ao lembrar de minha mãe e de tantas mães com as quais convivi e
conheci.
Mulheres de fibra, sem
dúvida, mulheres completas e preparadas para a vida pela própria vida.
Formadas ou não, ricas ou
não, todas apresentavam um amplo domínio e uma grande certeza sobre um assunto:
os filhos.
Da educação dada em casa
até a fiscalização no comportamento, mães eram firmes, diretas e controladoras.
Algumas gerações atrás,
raro era o filho que questionava a sua mãe e a enfrentava com argumentos e
palavras. Enfrentar como? Tínhamos uma obediência acima do normal para com
nossas mães. Devíamos a ela os momentos de complacência e os carinhos
proporcionados depois da bronca, da lição de moral e às vezes, das palmadas.
Muitas mães criaram seus
filhos com leves tapas e castigos, pois ainda não havia lei que interferisse no
dia a dia de uma casa.
Mães que se viraram em dez
para manter a casa em ordem e tentar não deixar o filho passar necessidades.
A natureza é sábia em
transformar mães em verdadeiras leoas, em seres que adquirem garras em defesa
de seus filhos e na geração da proteção diária.
Mães que ficaram tristes
quando seus filhos casaram ou saíram de casa. A tristeza misturada com a
alegria, mas o vazio que se abria jamais se fecharia novamente. E só ela sabia
disso...
Mães que recebem seus
netos e transferem mais amor ainda, misturado com açúcar de avó e o olhar
singelo de quem já viveu estes momentos no passado.
Mães que poderiam sentar
em auditórios e falar sobre educação de filhos, como criar filhos, o que se
fazer com filhos, em meio a pedagogos e psicanalistas que ainda hoje divergem
sobre maneiras de se educar. Com ou sem curso superior, mãe é professora
sempre.
Quando elas nos chamavam
pelo nome próprio e não pelo apelido, lá vinha bronca ou repreensão. E na
maioria das vezes, nós estávamos errados.
Quando elas nos acordavam
para ir para a escola, a paciência tinha limites, mas elas conseguiam nos
colocar no rumo do aprendizado.
E quando elas nos pediam,
repetidas vezes, que não fizéssemos isto ou aquilo, normalmente elas tinham
razão. Mas nós, ainda pequenos, somente aprenderíamos depois.
Mães que abrem um enorme
sorriso ao comentar a vida dos filhos, o nome dos netos, o relato do marido
companheiro de tantos anos.
Mães de antigamente.
Que geraram as mães de
hoje e educaram dentro de uma visão correta e segura.
Mães de antigamente eram
diferentes das mães de hoje, sem dúvida.
Enquanto nossas mães de
hoje trabalham e correm e convivem pouco com seus filhos, nossas mães de
antigamente apenas nos criavam, cuidavam das casas, educavam crianças para a
preparação da vida.
Trabalhavam também. E
muito.
Mães de antigamente faziam
pudins de leite condensado como ninguém, prepararam o almoço de domingo
cantando ou ouvindo uma música no radinho da cozinha.
Mães de hoje não mantém os
hábitos, mas também são mães e querem cuidar de filhos como foram cuidadas.
Enfim, para as mães de
antigamente e para as mães de hoje, o reconhecimento de filhos que dependem
delas até hoje, mesmo ausentes.
Para todas as mães, o amor
que aprendemos a dar e compartilhar com elas.
Para as mães, o maior
abraço do mundo, acompanhado de amor e carinho e de uma lágrima, talvez.
No dia das mães, a certeza
de que esta data é mais do que importante: é abençoada.
Aqui, a homenagem da Ouro
Verde Fm, no texto de Constantino Kotzias.
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