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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

SERENATA

Quinta-feira. Verão. Janeiro.
Dia ideal em Guaratuba para uma rodinha de samba e serenatas na madruga.
Para aqueles que não sabem, serenatas eram cantorias feitas à beira de janelas de
damas que tinham interesse - ou não - num relacionamento mais demorado.
Em outras palavras: íamos cantar para amigas e para meninas de quem
estávamos a fim.
Estar a fim, na época, era uma liturgia.
Ficar a fim, estar a fim, conquistar, dar o primeiro beijo, era uma luta.
Mas quando se conseguia, era namoro, na certa.
E a maioria, deu em casamento.
Tem casais que começaram a namorar em 74, casaram em 79 e estão até hoje juntos.
Donde, para ela, ele foi o primeiro.
E para ele, ela foi a segunda.
Tirando as puladas de cerca, dá uma vida a dois muito bela.
Voltando a Guaratuba......
Calor, noite boa, lua cheia, amigos ao lado, violão afinado, gogó preparado,
lá íamos nós pelas ruas de Guaratuba.
E olhe que interessante: na quinta-feira à noite, a maioria dos pais estava presente na praia.
Alguns nos receberam com cerveja gelada, outros nem abriram as portas, mesmo que as filhas dessem sinal de luz, que era o código para quem estivesse ouvindo a serenata.
Belos tempos.
Belos momentos.
Dar sinal de luz para dizer que estava ouvindo a serenata, era o máximo.
E era assim mesmo.
Mães de "penhoar" na sala, meninas com bermudas e cara de sono, cervejinha gelada,
um gole e rua.....
No dia seguinte, se desse liga, a coisa andava.
Caso não desse, valeu o momento.
Gerson Fisbein e eu rodamos Guaratuba.
Cantamos, olhamos e ele, sempre com o violão afinado, mostrava seu talento mesmo em serenatas.
Meu vocal servia, mas o violão me salvava.
Grandes noites, grandes momentos.
O dia amanhecia e nós dois andávamos a pé pelas ruas de Guaratuba.
Bem diferente dos dias de hoje. E um detalhe: não bebíamos, nada!
Valeu, amigo Gerson.
Shalom!!!

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