QUE BOM TER VOCÊ AQUI

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O JINGLE...

Pelos idos de 1988, na MPM Paraná, atendíamos uma conta de varejo interessante,
nova e com boa presença de mídia, o que dava uma vitrine para o cliente e para o
pessoal da agência.
Vai chegando o final do ano e preparamos a campanha de natal, para apresentação
perante a diretoria. Dia marcado, peças prontas, lay-outs acabados, jingle pronto na
fita K-7, lá fomos, Márcia Murara e eu para a apresentação da campanha, com plano
de mídia e tudo o mais.
Na reunião, sete pessoas presentes, diretoria completa, grande expectativa, além
do grande calor.
O presidente abre a reunião, tece alguns comentários sobre o comportamento satisfatório
da agência e nos dá a palavra. A pedido da Márcia, começo eu a apresentar a campanha
de Natal, completa.
Primeiro, o tema, como deve ser feito.
Na sequência, as peças girando em torno do tema e da sugestão da premiação dos
clientes com dois buggies, carros bem em evidência naqueles tempos.
Chega a hora de apresentar o jingle, o aparelho de som pronto, regulado, volume acima
do meio, qualidade do jingle impecável do Paulo Chaves e lá fui eu.
Dei o "play" e tocou duas vezes, como era o normal.
Pelos rostos dos presentes, uma certa empolgação se fazia presente no ambiente,
pois todos haviam gostado da campanha. E o jingle, peça principal da mídia de rádio,
era a última peça a ser apresentada, antes do plano de custos e mídia.
Terminada a audição, o presidente me pede para que troque de lugar com um diretor.
Este senta-se em minha cadeira e o presidente pede para que repita o jingle, pois o
diretor era surdo-mudo.
Eu, surpreso com a notícia, preparo a fita enquanto o diretor coloca as duas mãos sobre
os alto-faltantes do som. O jingle toca e eu observo que o diretor surdo-mudo começa
a bater os pezinhos, no compasso do jingle.
Terminadas as duas execuções, o diretor faz sinal de positivo com o polegar e escreve
na folha de papel à sua frente: aprovada a campanha, incluindo o jingle.
Por unanimidade, apenas mexemos em alguns custos e adequamos à verba destinada
para aquele evento.
Na volta para a MPM, Márcia e eu comentamos o assunto e repetimos a frase que sempre acompanha os publicitários: "eu morro e não vejo tudo".
Uma campanha aprovada com jingle, e por um diretor surdo-mudo, que aliás era
gente muito boa e um cara simpático.
Pode?
Pode.
Coisas da propaganda......

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