E agora, José?, diz a música antiga de Paulo Diniz. E cabe perfeitamente para os dias de hoje, dirigida ao poder e aos políticos, aos "conhecedores" da nação e aos atuantes deputados e senadores que agora estão se vendo no "pacal" de bico. A quantidade de pessoas que caminha pelas ruas só aumenta, o que faz com que todos os políticos e analistas cocem a cabeça, se bem que todos sabem o grau de insatisfação da população brasileira. Não a população portadora do cartão Bolsa Família, mas sim a maioria da classe média, esquecida durante 10 anos e achatada em seu poder de compra e sobrevivência. Se todos se surpreendem com a reação popular, tirando as selvagerias praticadas por grupos infiltrados( e encomendados), estamos na reta de um desfecho ainda maior. Me parece que este movimento não para tão cedo, brigando pela passagem de ônibus. Vem mais por aí. E tudo isto, para a surpresa de muitos, durante a tal da Copa, também motivo de reclamações e indignações por parte de público.
No mesmo programa de Tv, vimos pessoas abandonadas em corredores de hospitais, mães ganhando filhos em bancos de Pronto Socorro, mas vimos também os milhões investidos em estádios, construtoras, empreiteiras, consórcios. Choca, choca tanto que as pessoas resolveram discordar do mundo das maravilhas da Dilmalice e seus amigos. Se por um lado o governo contribui com x milhões para o estádio A ou B, por outro lado o governo não destina recursos para a saúde como deveria. Até então, ninguém reclamava publicamente. Mas a coisa foi se somando a outros pontos de indignação e agora, deu no que está dando: protestos, indignação, aversão a partidos políticos, embora a manifestação seja política, mas apartidária.
E anotem: é mais forte que a manifestação do Collor, tempos atrás.
O faz de conta instalado no país está chegando ao fim e muitos já perceberam que as eleições do ano que vem serão mais difíceis do que se imaginava. Já não basta mais frango congelado de presente e cartões que valem de tudo. Chegou a hora de arregaçar as mangas e mostrar seriedade, acompanhada de trabalho e execução, de fato. Será muito difícil para Dilma e sua turma alterar o andar do movimento, visto que o governo central é o foco da manifestação, começando pelos municipais, passando pelos estaduais e chegando ao federal. Nos jornais de hoje, a FIFA recomendou que seus funcionários não saiam de uniformes pelas ruas para não serem agredidos. Certo exagero, penso eu, mas providencial. Na hora da dúvida, melhor não abusar. O povo tem pavio curto e nestes dias, o pavio acabou. Qualquer grito mais alto, pronto: todos correm e se manifestam, envolvendo os arruaceiros que estão aproveitando para trocar eletrodomésticos velhos por novos roubados.
Fora a depredação do patrimônio, que mal ou bem, é do povo e requer investimentos.
Ao invés de atacar patrimônio, ataquemos ideias e palavras, atitudes e decisões.
Eu, particularmente, não imaginava um dia ver nosso país passar por isso, embora todos digam que um povo só cresce na revolução.
E a nossa está chegando. Sem Golbery e Figueiredo, sem Newton Cruz e Doi Codi.
Acredito que chegaremos a uma nova situação social, mas ainda acho que isto vai mais longe.
Manifestações de milhões de pessoas, podem mover montanhas, mesmo que femininas e intocáveis.
Ao menos, esperamos.
E torcemos pela boa convivência entre seres humanos, que depois de muitos anos, falam a mesma língua.
Pode ser o político que for, com ou sem experiência, mas que todos estão mais cuidadosos, até em seus passeios, isto estão.
E é bom que fiquem antenados.
A pedra chega e ninguém viu quem lançou.
Mas já está lançada.
Cuidem de suas cabeças. E preparem-se para uma nova realidade.
Mais verdadeira, creio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário