Redonda.
Perfeita. Média. Uma pedra redonda e perfeita, oriunda de uma explosão de rocha de anos atrás. Alí estava ela, depois de tantos anos andando e rodando, por one bem entendia ou por onde o impulso dado a levasse.
A pedra parada no canto.
A chuva caindo de montes e montanhas, muita água.
A pedra moveu-se.
Rolou e ficou encharcada, mas firme, no canto da calçada.
Dias depois, com o sol, uma criança a apanhou e brincou com ela.
Jogou pra lá e pra cá, a pedra feliz que estava.
A criança foi embora e a pedra alí ficou, por um tempo maior do que ela queria.
Veio mais chuva, veio vento, veio temporal.
A pedra moveu-se.
Rolou rua abaixo e parou na praça.
A mesma praça, o mesmo banco, a mesma história, como dizia a música.
A pedra observava, sentia, mas nada dizia.
Alguém chutou-a para o canto, pois estava na linha de passagem de pedestres.
E alí ela ficou.
E assim foi a vida dela, longa, mas guiada pelos outros.
Movimentar-se sozinha, não conseguiria, nunca.
Empurrada, ou chutada, ou deslizada, ela se movimentava.
E anos passaram.
E a pedra foi.
Vivendo, rolando, pulando, arremessada, tanto fazia.
Onde deixavam, ela ficava.
A pedra redonda, perfeita.
Gastada, mas pulante, pulsante, viva.
E tem gente que vive assim........
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