Recebo email que convida a participar de um dia sem Globo. Sem A Globo.
Fico aqui pensando e não vejo muita razão em participar do protesto, se bem que acho toda forma de protesto válida.
A tal da Globo, agora tão criticada por uma parcela da população brasileira, pequena, mas influente, a tal da Globo faz parte da formação de gerações de brasileiros que hoje tem mais de 30 anos.
Aos jovens, que beiram 18 a 25 anos, nem tanto, pois mudaram hábitos e costumes, bem como ampliaram a concorrência para com a Globo.
Mas, por mais que se esforcem Record, Bandeirantes, SBT e outras, difícil bater a Globo em muitos pontos e programas, embora alguns sejam dignos de irem para o lixo.
O problema do relacionamento Globo-CBF-Dunga-Galvão, reside mais no fato do Dunga não aceitar críticas e do Galvão ter capitaneado a tentativa da derrubada do Dunga.
Em briga de cachorro grande, a gente fica no muro, até porque sobra dentada pra todo o mundo.
E nós, como simples telespectadores, jamais ficaremos sabendo de toda a história, quem tem interesse em quem ou no quê.
A Globo, esta mesma que agora combatem, fez com que muitos de nós adquiríssemos cacoetes, chavões, observássemos histórias e, raramente, aprendêssemos com elas.
A Globo, com suas novelas desde 1971, foi influenciando gerações e costumes, alterando pensamentos, abrindo campos para debate e diálogos.
Em alguns casos irritou, como deixar o seriado Malhação, em 2000, divulgar dezenas de meninas grávidas, como se aquilo fosse natural. Gerou o debate, por certo, mas influenciou centenas de outras meninas, que hoje embalam seus filhos em vidas que não queriam ter, mas que assumiram.
A Globo, mesmo modestamente, aderiu à campanhas nacionais, mobilizou todo um país com a pergunta: "quem matou Salomao Hayala", ou "quem matou Odete Reutmann"??
A Globo, sem mexer muito no conteúdo, está com o Jornal Nacional, ainda, como porta voz da nação brasileira, tanto no lado oficial, quanto no lado da notícia, mesmo que altere um pouco o conteúdo de algumas.
E se não deu na Globo, o povão não vê, não participa, não sabe.
Temos, alguns de nós, o privilégio de ter acesso a outras fontes de informação, mas o povão, aquele que corre o dia todo e vê o jogo na "Grobo", com o Galvão, este não está nem aí para a briga da Globo com o Dunga.
E vejam só: são capazes de eleger a Dilma, como quer o Lula.
Ainda torço que não, mas aí é outro assunto.
Então, não me parece que devamos boicotar a Globo, que jornalisticamente falando, quer sempre ter o furo, o privilégio, a antecipação que outros tentam, mas que desta vez, ela não conseguiu.
Cuidemos de nossos narizes e deixemos que a Globo se acerte com a CBF.
Se o Brasil for campeão, ótimo.
Caso não, aí sim, a Globo vem com pedras, cajados e porradas pra cima do Dunga e da seleção.
Mas, embora gostemos e nos deliciemos com jogos da seleção, temos assuntos mais importantes para cuidar em nossas vidas.
E nós, cada um "de per si" temos a nossa própria Globo.
Cada um de nós procura fazer o melhor a cada dia. E que outros vejam nosso melhor e nossa forma correta de atuar.
De Janete Clair a Silvio de Abreu existe um espaço enorme.
E neste espaço, estamos nós.
Queiramos ou não, fazemos parte do mundo da Globo.
Acho que é isso.
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