Lá um belo dia, no silêncio da sala, você me agradou os cabelos(que eram compridos e cheios) e me disse com a voz baixinha e suave: pra sempre eu vou te amar.
E naquele momento, em plena adolescência, acreditei que aquilo seria verdade, assim como eu também achava que isto seria possível.
A vida correu, crescemos, nos separamos e cada qual seguiu sua vida.
Meus cabelos caíram, os teus mudaram de cor, a voz suave deu lugar a uma voz firme na educação de filhos, os sonhos foram se arquivando e nós, como todos, fomos crescendo e vivendo esta dura vida que não sabíamos existir.
Anos depois, cada qual no seu canto, com seus problemas e seus momentos, a frase ecoou pela noite da lembrança acompanhada por uma música da época.
Aquele tal de "pra sempre' ficou perdido em meio a uma nuvem que passava perto da tua casa.
Aquele amor eterno, jurado e sentido, escafedeu-se pelas memórias e hoje virou lembrança.
O "pra sempre' acabou sendo usado com outras pessoas, que também não fazem parte do hoje, portanto, não foram pra sempre.
Pode existir uma lembrança sadia e feliz, triste e saudosa, mas não há mais a intensidade do amor adolescente que nos unia e nos permitia viver a vida como ela era: natural e simples.
E em meio a beijos e abraços intensos, nem sonhávamos com o que vivemos hoje: uma realidade bem diferente do que foi traçado no sofá da sala da tua casa.
Quando imaginaríamos um dia, fazer parte da vida de outras pessoas que entraram em nossas vidas e ficaram?
Quando imaginaríamos um dia, viver o que vivemos e não ter tido tempo de revisar a mente e o coração?
Assim segue a vida da maioria das pessoas.
O bom nisso tudo, é que aqueles amores de adolescente e as juras eternas ainda nos fazem sentir o quanto fomos importantes e tivemos pessoas que nos foram muito importantes.
É isso que vale.
Acho eu.
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